Hematomas na alma
São 23:00:
Roxa e sôfrega, a meretriz ofega violentamente.
O quarto está aceso.
O ar lhe falta. Os hematomas recobrem a pele de prata sob a luz do quarto.
Alí, em desalinho sob as folhas que reuniu em seu banho de luz
Alguém lhe disse dos caminhos a seguir
Talvez sim, talvez nunca
sejam os caminhos tão verdiços quanto
as folhas que se dedicam a ela agora
Já são 2:30,
A embriaguez da sua alma em trauma
atravessa as eternidades dos livros na estante.
Dá 5:30,
segue ela e os hematomas da alma.
na sua lama de plasma.
Por aí atravessa as páginas da leitura confortante sobre o sofá.
Manchas surgem e se espalham ao toque do estofado. Mas ela reluta. Deita, olha o teto. Lágrimas agora. Alí, entregue às dores do seu ser...
Bom dia...