Sobre o amor

Ela definiu o amor que sentia como uma blasfêmia. Soberba, tinha se permitido inventar seu próprio amor, diferente daquele das escrituras. Não se sentia só nessa criação. Muitos andavam como ela, inventando seu próprio amor todos os dias. E se não era pleno como diziam ser os que haviam experimentado o amor sublime prometido, pelo menos se considerava feliz e queria permanecer assim pelo tempo que fosse. A única coisa ruim era a certeza de que esse tempo não seria longo. Ela podia tentar imitar Deus na criação do amor, mas não poderia criar um tempo para viver sua invenção de forma a comprometer planos que não haviam sido escritos por ela. Teve medo desses planos. Principalmente teve medo de cumpri-los.