Conto Minimalista n.6
OS FADOS ...
Uma guitarra chora na luz mortiça... Na calçada, a mesinha testemunha aquele encontro. O copo está vazio agora, enquanto fados são cantados, carregando a força dos sentimentos e das emoções.
Ele a odeia. Tanto quanto a ama. Ela não o quer mais. E está nitidamente impaciente depois desta discussão tão desgastante. Para ela, acabou.
Uma chispa raivosa passa pelo olho dele. Inconformado e passional, ele não aceita o final do amor - que ainda estava nele fortemente.
Imagens tenebrosas se formam em sua mente e a vê em outros braços. Ia mostrar-lhe que não seria de mais ninguém. A arma no bolso de seu paletó queima sua mão e ele inclina-se para a moça perigosamente.
E é nesse momento que um fado cresce:
"Coimbra do choupal ainda és capital, do amor em Portugal, ainda. Coimbra onde uma vez, com lágrimas se fez, a história dessa Inês, tão linda"
Apalpando o frio punhal, sente um nó na garganta ao lembrar de sua mãe contando aquela história e cantando a canção que amava.
Num enorme esforço de vontade, levanta e vai em direção ao cais, sumindo na noite sem olhar para trás, pensando agora em seu próprio fado...
***
Silvia Regina Costa Lima
16 de novembro de 2008
OS FADOS ...
Uma guitarra chora na luz mortiça... Na calçada, a mesinha testemunha aquele encontro. O copo está vazio agora, enquanto fados são cantados, carregando a força dos sentimentos e das emoções.
Ele a odeia. Tanto quanto a ama. Ela não o quer mais. E está nitidamente impaciente depois desta discussão tão desgastante. Para ela, acabou.
Uma chispa raivosa passa pelo olho dele. Inconformado e passional, ele não aceita o final do amor - que ainda estava nele fortemente.
Imagens tenebrosas se formam em sua mente e a vê em outros braços. Ia mostrar-lhe que não seria de mais ninguém. A arma no bolso de seu paletó queima sua mão e ele inclina-se para a moça perigosamente.
E é nesse momento que um fado cresce:
"Coimbra do choupal ainda és capital, do amor em Portugal, ainda. Coimbra onde uma vez, com lágrimas se fez, a história dessa Inês, tão linda"
Apalpando o frio punhal, sente um nó na garganta ao lembrar de sua mãe contando aquela história e cantando a canção que amava.
Num enorme esforço de vontade, levanta e vai em direção ao cais, sumindo na noite sem olhar para trás, pensando agora em seu próprio fado...
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Silvia Regina Costa Lima
16 de novembro de 2008