TELEFONEMA

verônica, me perdoe pelo horario, me perdoe por acorda-la, você embrenhada no casulo escuro de sua casa, entre filhos e marido compromissada, não queria mesmo incomoda-la, é que essa saudade me confunde, essa vela acesa na fagulha de uma garrafa de vinho barato, mas verônica, não me amaldiçoe ainda, você não sabe que este telefonema nunca existiu, faltou coragem para disca-lo, somente eu e meus demônios sabem que isso é rascunho de uma tristeza momentanea, agora me afasto do orelhão e não sei o que existe após aquela esquina escura

Den
Enviado por Den em 11/11/2008
Código do texto: T1277366