VAMPIRO SOBRE A NOITE ESTRELADA

Um sujeito desconhecido oculto, desconexo ao habitual daquele beco escuro que transparecia em sua aura uma total sensação de sordidez, andava disfarçando tranqüilidade, mas convulso na velocidade de seus passos hirtos e gélidos, isto é ele pressentia uma perseguição prolifera que enraizava o assalto iminente de algo de sua subjetividade, talvez fosse seu corpo, sua carne, seu cerne de identificação, porém nem ele sabia que no flanco que marcava seus passos uma criatura voraz, assaz ou simplesmente feroz o acompanhava nas sombras daquele hostil sitio de medo e pavor.

Ia seguindo sua fome e sede de sangue sob uma capa obscura da morte, enquanto o pobre sujeito tentava se desvencilhar do intróito algoz que assombrava não na aparência e sim na alma, e o pobre então resolveu ensaiar alguma armadilha, cilada, mas tudo seria em vão para deter o ataque que se aproximava até que num ato ora sóbrio, ora louco ele olhou sorrateiramente para trás e foi tragado por uma imensa capa escura que o sorveu até o último gole com avidez e o pobre sujeito naquela hora não passava de um cadáver esvaído nas ruelas daquela sórdida rua!

Edemilson Reis
Enviado por Edemilson Reis em 20/03/2006
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