Noite de Zeus
I-
Acompanho a criatura descer dos horizontes, apoderando-se do céu que abre a noite. (Chove)
Desde já a certeza: Não havia como temê-lo.
II-
A face de plasma da criatura me sorria. Enfim, a sua chegada.
Instante interminável. Vento fresco. Árvores em conversas no pátio.
O ser de alturas longínquas aproxima-se. Aponta a sua lança enigmática, opondo contra mim palavras ensopadas de uma sangria sutil.
III- Ejeta a sua lança para o corpo envolvido numa dança luminosa. Pela tangente das janelas sem paisagem
meu corpo fértil e abastecido, levemente agridoce e febril pode ser visto sob a mesa de vime rústica.