Noite de Zeus

I-

Acompanho a criatura descer dos horizontes, apoderando-se do céu que abre a noite. (Chove)

Desde já a certeza: Não havia como temê-lo.

II-

A face de plasma da criatura me sorria. Enfim, a sua chegada.

Instante interminável. Vento fresco. Árvores em conversas no pátio.

O ser de alturas longínquas aproxima-se. Aponta a sua lança enigmática, opondo contra mim palavras ensopadas de uma sangria sutil.

III- Ejeta a sua lança para o corpo envolvido numa dança luminosa. Pela tangente das janelas sem paisagem

meu corpo fértil e abastecido, levemente agridoce e febril pode ser visto sob a mesa de vime rústica.

MJ Minos
Enviado por MJ Minos em 10/10/2008
Código do texto: T1220905
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