Ninguém me Ama. Alguém me Quer?

Pego o carro, abro a porta, sento-me e dou a partida. A marcha errada e saio aos pulos, ao encontro de ninguém. Sei que estou atrasada, por isso, vôo. Ao pousar, ninguém me espera, emburrado. Sou tão estabanada, tão azarada, que quando ninguém se zanga, sinto-me invisível. Saltito, como um cachorrinho a abanar o rabo, querendo atenção. Ninguém me olha com desprezo. Tomada de orgulho, caminho elegante, agora não ligo mais para ninguém. Ninguém percebe minha transformação. Ninguém nota que me transformei de um tolo cãozinho saltitante em um linda borboleta num piscar de olhos. E num piscar de olhos já não amo mais ninguém.

É quando encontro alguém.