A salvação de Belinha
O hábito escondia mais que o apego pelo imaterial. Ele era o seu álibi. Na clausura, Belinha se esquivou de enfrentar as penas que eram suas para abraçar o castigo que lhe convinha.
Quando menina, já carregava o terço que herdou da avó. "Ele vai salvá-la", insistia. Uma noite, quando foi visitada pelo homem mau, Belinha olhou ternamente para o intruso e colocou em seu pescoço o colar de contas. Uma força sobrenatural acudiu, então, os bracinhos finos. Ninguém pôde afirmar, depois, que foi ela mesma quem partiu, tão obstinadamente, o pescoço daquele homem, seu pai.