Fugiram da rotina. Queriam fazer tudo certinho e não queriam correr o risco de, como com os outros casais, sair tudo errado. Primeiro foram viver juntos e adotaram netos. Dois. Paparicaram e os “deseducaram”. Ele aposentado, ela freqüentando grupos de terceira idade. Depois que os netos cresceram, quiseram ter filhos. Tiveram um e o educaram com severidade. Ele se empregou e foi fazer hora extra. Ela aprendeu a cozinhar e de seu filho foi cuidar. Quando entraram na maturidade, resolveram fazer faculdade. Ele, engenharia, ela, psicologia. E foi no campus universitário que pela primeira vez se olharam. Saíram em lua-de-mel e se enamoraram.
Constataram que já tinham mais de 30 anos de vida em comum e, apaixonados, resolveram se casar. Convidaram todos no Brasil e casaram no Canadá.
Perceberam que “amar se aprende amando”. E foram felizes para s... Não! E, felizes, descobriram que foram sempre!
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PS: Este microconto, em estilo fábula e non-sense, é dedicado ao casal Maria Helena e Acher que aprenderam a "amar, amando" nesses trintas e três anos de vida in-comum.