NOSSA SENHORA E A MENINA DE OURO

Que vovó contava (Não conheço o autor)

José era um senhor viúvo por volta dos seus 40 anos e tinha um filho de 10 anos que além de ser bonita era muito meiga. Seu pai resolveu se casar com uma mulher perversa e má que também tinha uma menina da mesma idade que era parecida com a mãe.

A madrasta se aproveitava da bondade de Jade colocando-a para realizar as tarefas da casa. E o pai nada via envolvido com o seu trabalho diário.

Certo dia a madrasta mandou Jade subir rio acima para remendar roupas e calmamente sentou-se na beira do barranco quando de repente o carretel de linha caiu dentro do rio. Furou o dedo.

Oh! Que aflição! Jade começou a rezar com medo da reação da madrasta. Colocou as mãozinhas entre postas e rezou á sua oração da Nossa Senhora.

Subitamente com os olhinhos fechados ela ouve uma voz linda e serena como melodia em seus ouvidos: - Vem! Vem! Minha filhinha, não tem perigo! Então se abriu um caminho no meio do rio que parecia infinito e Jade foi caminhando sem medo guiado pelos braços de Nossa Senhora. Ao atravessar o rio avistou uma linda e simples casinha branca que lhe transmitiu uma paz interior tão grande que um leve sorriso aflorou em sua face uma e uma lágrima deslizou, mas era de alegria.

Uma senhora formosa, rosto angelical surgiu, a abraçou e a conduziu para dentro dos aposentos. Jade pode notar que a casa era muito limpa. Permaneceu por três dias e ajudava nos afazeres domésticos com muito amor, sem preguiça, sem reclamar da vida.

Ao cair da noite, no terceiro dia a senhora á levou até a travessia do rio e novamente á abraçou. Chegando há casa o tempo fechou-se e uma chuva caiu. Mas por encantamento era uma chuva de ouro e Jade ficou toda iluminada. Aí o galo cantou:

Qui qui ri qui qui! A Menina de ouro está aqui.

A sua madrasta vendo isso ficou com inveja e exigiu que a sua filha fosse costurar na beira do rio e assim ela o fez. Furou o dedo de propósito e chegou o carretel de linha na água. Como a senhora era muito boa fez do mesmo jeito e a menina chegou até a casinha branca. Também ficou por três dias. Mas fez tudo com má vontade, brigando e reclamando de tudo. Ao varrer a casa jogava a sujeira debaixo do tapete.

Assim ao terceiro dia a senhora á levou para ir embora e também a abraçou. Mas quando chegou a casa a chuva que caiu não foi de ouro e sim de piche e a menina ficou escura como a noite e o galo cantou. Qui qui ri qui qui ! A menina de piche está aqui.

E a madrasta malvada teve uma lição. Teve que conviver com sua filha banhada de piche para o resto da vida...

Marli Caldeira Melris
Enviado por Marli Caldeira Melris em 06/05/2008
Reeditado em 17/08/2011
Código do texto: T977801
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