"O REINO ENCANTADO DAS CORES PERDIDAS" Conto de: Flávio Cavalcante
O REINO ENCANTADO DAS CORES PERDIDAS
Conto infantil de:
Flávio Cavalcante
Em um lugar bem distante, escondido entre montanhas de nuvens e florestas de algodão-doce, um reino mágico chamado Colorânia. Nesse reino, tudo era tão colorido que até os passarinhos usavam óculos escuros para voar.
As flores dançavam ao som do vento, os rios corriam em tons de azul e lilás, e até as borboletas trocavam de cor conforme o humor. Tudo era alegria até que, numa manhã silenciosa, as cores desapareceram.
Ninguém sabia o que tinha acontecido. Tudo ficou cinza. O céu, o castelo, as roupas dos moradores... Até os doces do Festival das Balinhas ficaram sem graça!
A princesa do reino, uma menina curiosa e corajosa chamada Luna, decidiu descobrir o que havia acontecido. Com sua capa de estrelinhas e uma lupa mágica, ela foi procurar a Fada das Cores, que morava no coração do Arco-Íris, onde poucos conseguiam chegar.
Depois de enfrentar um campo de sombras que cantavam desafinado e atravessar uma ponte feita de borracha que pulava sozinha, Luna finalmente chegou até a Fada.
— Fada das Cores! Por que Colorânia perdeu suas cores? - A Fada, com os olhos tristes, respondeu:
— As cores fugiram, minha querida. Elas estavam se sentindo esquecidas. Ninguém mais pintava, desenhava ou prestava atenção na beleza das coisas simples. As crianças só viam telas cinzentas... - Luna, com o coração apertado, teve uma ideia:
— E se fizermos uma grande festa em homenagem às cores? Com desenhos, música, pinturas e histórias coloridas? - A Fada sorriu.
— Se vocês mostrarem que sentem falta das cores e que vão cuidar bem delas, talvez elas voltem. - Luna voltou correndo e contou a todos o que precisava ser feito. As crianças começaram a desenhar arco-íris, pintar muros, costurar roupas alegres e até os adultos entraram na brincadeira. Naquela noite, quando o céu ficou escuro, a primeira estrela piscou em vermelho, depois em azul, amarelo, verde... E então, BUM! — as cores voltaram, voando como fogos de artifício pelo céu.
Colorânia estava salva! Desde então, todo ano, no mesmo dia, o reino celebra o Dia da Cor, onde todos pintam o mundo com alegria, lembrando que as cores só desaparecem quando esquecemos de enxergar a beleza da vida. E assim, Colorânia nunca mais ficou cinza.
Flávio Cavalcante