O PESADELO DO GATO JADEL
- Sai da freeeeeente!!! - gritou a camundonga Cristina, que vinha numa disparada quase sem fôlego tentando escapar do gato Jadel, que estava doido para abocanhá-la. E quem estava na frente para ela gritar com esse desespero todo? As duas coelhinhas, Irlene e Nachtigall, o gato Roselves e a pombinha Nádia, todos num papo alegre e distraído, quando foram pegos de surpresa pela perseguição implacável da camundonga Cristina. O gato Roselves até estranhou o fato do seu colega bichano estar atrás da camundonga em questão, eram tão amigos, assim como ele, como gato também, não se interessar pela camundonga da casa. Por que o gato Jadel queria fazer dela uma refeição? Era isso que precisava saber.
Passada a confusão e a camundonga Cris ter conseguido escapar da fúria do gato Jadel, tendo se refugiado no seu buraco predileto, era chegada a hora de por tudo em pratos limpos. As coelhinhas Irlene e Nachtigall ficaram indignadas com essa situação, assim como a pombinha Nádia, que ficou com um pé atrás na hora que precisasse se defrontar com o gato Jadel, com certeza tinha algo estranho acontecendo. O gato Roselves acalmou a turma e pediu calma, iria falar com seu colega bichano Jadel para se inteirar dos fatos e saber dele o que houve para estar querendo abocanhar a camundonga Cristina, afinal eram amigos e isso não poderia acontecer.
O gato Jadel, não logrando êxito na perseguição, resolveu voltar para o quintal da casa, onde ficou numa sombra embaixo do pé de mangas, onde lá existia uma casinha de pombos, justamente onde a pombinha Nádia dormia. Ela até ficou temerosa de voltar para sua casinha, poderia ser uma vítima do Jadel. As coelhinhas Irlene e Nachtigall pressionaram o gato Roselves para ir logo falar com o Jadel, que miava estranhamente debaixo do pé de mangas. Ele, mais uma vez, pediu calma, que deixasse o Jadel descansar um pouco na sombra e que em alguns minutos iria ter com ele.
Passado um tempinho, ainda preocupados, foram todos juntos saber qual era a razão do gato Jadel ter perseguido a camundonga Cristina com o intuito de abocanhá-la. As coelhinhas Irlene e Nachtigall, com certo temor, preferiram ficar por trás do gato Roselves, que por sinal era bem mais forte que o colega Jadel e isso dava uma certa segurança para ambas. Já a pombinha Nádia deu um vôo até um galho de árvore que ficava próximo e ficou de olho na situação, enquanto a camundonga Cris, logicamente com medo, permaneceu no seu buraco até que as coisas fossem resolvidas.
O gato Jadel dormia inquieto, dava miados estranhos e isso demonstrou que ele não estava bem. Roselves percebeu e orientou as "meninas" para que nada falassem antes de ouví-lo. Acordou-o com cuidado e ouviu dele as seguintes perguntas:
- O que está acontecendo? Por que estão todos aqui admirados? Cadê a Cris?
O gato Roselves, que era o mais antigo no pedaço, esclareceu o ocorrido e chegou a conclusão de que o bichano Jadel teve um pesadelo e que ele não era ele e sim um outro animal que nem ele soube dizer. Disse que a camundonga Cristina o havia ameaçado e isso despertou a ira dele, saindo em sua perseguição. Correu tanto, porém não a alcançou. Na visão dele a Cris não era a Cris e sim um outro animalzinho e ele queria apenas amedrontá-lo. Dadas as explicações ele pediu para chamá-la, queria lhe pedir desculpas. Mesmo receosa, a camundonga Cristina foi ao seu encontro e a tranqúilidade voltou ao lugar.