O Lápis que Não Parava de Escrever
Era uma vez um lápis chamado Léo que vivia em uma escola bem movimentada. Desde que foi tirado do estojo pela primeira vez, Léo descobriu que tinha um talento um tanto... peculiar. Ele simplesmente não conseguia parar de escrever! Bastava alguém segurá-lo que ele começava a rabiscar sem parar, mesmo que a pessoa só quisesse fazer um traço ou escrever uma palavrinha rápida. Assim que a ponta encostava no papel, lá ia ele, escrevendo e desenhando como se tivesse uma vida própria!
O primeiro a descobrir o talento de Léo foi o menino Dudu. Em uma aula de matemática, ele pegou o lápis para fazer uma continha rápida, mas antes que pudesse pensar, Léo já tinha preenchido o caderno inteiro com contas malucas, desenhos de piratas, monstros e até alguns gatos voadores! Dudu tentou segurá-lo, mas o lápis continuava a se mover como se tivesse uma missão urgente.
— Ei, lápis! — sussurrou Dudu, sem saber se falava sério ou se estava apenas imaginando tudo. — Dá pra segurar um pouco?
Mas Léo parecia não escutar. Ao invés disso, ele escreveu: "Eu preciso escrever! É minha natureza!" Bem no meio da página, como se estivesse respondendo a Dudu.
A notícia do lápis incansável logo se espalhou pela escola. No dia seguinte, a professora de artes, Dona Lili, resolveu dar uma chance ao Léo e colocou o lápis na mão do pequeno Júlio, o melhor desenhista da turma. Assim que Léo encostou no papel, começou a desenhar paisagens, animais e até um castelo, sem dar a mínima chance para Júlio respirar entre uma linha e outra.
E o mais engraçado: tudo o que Léo escrevia ou desenhava parecia ter vida! Certo dia, ele desenhou um ratinho que parecia tão real que quase pulou do papel, fazendo as crianças caírem na gargalhada. Em outro, escreveu uma lista de piadas que deixou a turma inteira rindo até a barriga doer.
No entanto, com o passar do tempo, todos começaram a perceber que, mesmo com sua habilidade incrível, Léo estava cansado. Escrever sem parar era seu maior sonho, mas também dava um baita trabalho. Dudu então teve uma ideia.
— Léo, que tal uma pausa? Só um tempinho para descansar a sua ponta?
Léo hesitou, mas percebeu que até um lápis precisa de um respiro. Ele escreveu com letra trêmula: "Acho que posso dar uma paradinha…"
E foi assim que o lápis que não parava de escrever tirou suas primeiras férias — bem merecidas! Agora, de vez em quando, Léo ainda escreve por aí, mas sempre com uma dose extra de diversão e com um caderno especial só para suas ideias mais malucas.
Afinal, até um lápis incansável precisa de um tempo para rir de suas próprias histórias!
Helena Bernardes
out, 2024