ANINHA
Em todas as casas da vizinhança tinha uma casinha na árvore, menos na casa de Aninha, ela teve paralisia, assim só se locomove numa cadeira de rodas, às vezes ficava muito triste quando as amigas subiam na casinha da árvore para brincarem, sozinha sentia seus olhos marejados de lágrimas.
Certo dia, o avô veio passar uns dias na sua casa, ao ver a tristeza da neta, viu que precisava fazer alguma coisa para trazer alegria naquele rostinho sem brilho.
Dias depois o avô saiu bem cedinho, num lugar plano, aonde que , a vegetação rasteira com flores por todos os lados, era o que procurava, foi logo chamar o filho, juntos sem querer Aninha percebesse construíram um castelinho de madeira, o telhado feito palhas de buriti, a porta bem larga, assim, a cadeira entrava e saia com facilidade.tinha também uma sala no andar de cima com acesso de rampa, de lá poderia ver o rio, os campos e as árvores bem de pertinho onde passarinhos pousavam para alegrar a menina com seus cantos.
Quando o castelinho ficou pronto, o avô levou a neta para conhecer, os olhinhos brilhavam como se soltassem faíscas de felicidades, a mãe cuidou de pendurar vasinhos de flores ao redor, assim atrairia as borboletas, toda sorridente Aninha não se cansava de olhar todos os cantos. Na sala, a mãe colocou uma cama com as suas bonecas, uma mesa com seus livros, no canto um pote de barro com água fresca, assim poderia beber quando sentisse sede.
Aquela tarde após a escola, todas as amigas vieram conhecer o seu castelinho dos sonhos. Todas queriam entrar, Aninha mesmo feliz relembrava às vezes em que fora rejeitada pelas amigas pelo fato de não poder subir nas casinhas das árvores. Isso fez com que ela mostrasse o verdadeiro sentimento que brotava em seu coração
Convidou -as para brincarem, o que foi aceito imediatamente, encantadas com as lindas bonecas.
Daquele dia em diante, Aninha passou a ser a melhor amiga de todas, o castelinho o lugar preferido, as casinhas nas árvores ficaram esquecidas.
Irá Rodrigues
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