O RATINHO GUI
Morava num belo jardim rodeado de flores e muitos passarinhos, esse ratinho era muito sonhador, certo dia, foi falar com o bem-te-vi..
-Amigo, eu preciso aprender a voar, quero alcançar às nuvens, dormir nos galhos das árvores.
O passarinho olhou o ratinho e disse:
- Tente, quem sabe consegui, sonhar não paga, mas preciso voar até o alto daquela árvore para alimentar meus filhotes. E assim, o bem-te-vi bateu asas deixando o ratinho cheio de esperanças.
Pensou: Não tenho penas, mas tenho pelos e sou bem levinho. Ah! Como eu queria voar,.Foi dormir, na manhã bem cedinho foi fazer sua primeira tentativa, não comeu para ficar leve, subiu no telhado da cada do jardineiro, fez exercícios e foi para a beirada de uma telha, bateu os braços, sacudiu às pernas, tentou saltar, coitado na tentativa de voar se esparramou bem no carrinho de estrume de vaca que o jardineiro colocava nas plantas.
Ainda bem que o jardineiro estava distraído com umas formigas, ou seria o seu fim.
Desanimado, o ratinho foi procurar comida, entrou na cozinha e se fartou de tudo que encontrou, voltou para sua casa, foi dormir muito triste. Sonhou que estava voando como se fosse um passarinho,
Acordou antes do dia clarear, correu e foi perguntar ao seu amigo guaxinim,
- Amigo, eu queria muito saber voar, vivo descontente por não realizar meus sonhos.
O guaxinim que estava comendo respondeu:
- Para de sonhar com o impossível, se Deus lhe fez um rato, se fosse para voar teria penas e não pelos.
O ratinho parou, pensou e percebeu que o amigo estava certo, quem sabe se algum passarinho também não sonhava em ser um ratinho.
Preciso aprender que também tenho minhas qualidades, não sei voar, mas posso dar cambalhota, correr, saltar e me divertir.
Daquele dia em diante, o ratinho se sentia muito mais feliz, aceitou ser apenas um rato. E como rato poderia se fartar de queijos.
Mora lá da história, cada um vêm ao mundo como Deus escolheu.
Irá Rodrigues.