A viagem de balão com Rufos e Pichote
Imagine só. Joãozinho queria viajar pelo mundo de balão. Não é fácil não. Sua mãe dizia. Certa noite Joãozinho desenhou um balão antes de dormir. Era lindamente decorado e colorido. No cesto do balão ele desenhou a ele mesmo e seu cachorro, Rufos, que é marrom e têm as orelhas grandes e caídas, e seu gato, Pichote, que é um gato branco bem peludo. Então Joãozinho foi se deitar. Sua mãe apareceu para lhe desejar boa noite e lhe dar um beijo. Quando viu o desenho de Joãozinho ela sorriu, e disse que era um bonito desenho. Então sua mãe saiu e desligou a luz. Joãozinho, com sono, fechou os olhos, mas continuou pensando em seu desenho.
Não se sabe como, nem por quê. Mas lá estava Joãozinho, voando no céu, no cesto de um balão. Como ele foi parar ali? Ele não se lembrava. Quem estava pilotando o balão? Ninguém? Então olhou para os lados e viu Rufos próximo a sua perna direita. Ele olhava diretamente para o rosto de Joãozinho, com uma careta bem feliz e sua língua de fora. Também viu Pichote, que lambia sua patinha em um canto do cesto e balançava sua calda peluda.
Joãozinho ficou mais calmo porque Rufos e Pichote estavam com ele. Eles também pareciam estar felizes em estar com ele. Pichote até parou de lamber as patas e veio miar nas pernas de Joãozinho. Ele torceu para que o balão os estivesse levando para algum lugar seguro. Então, pela primeira vez, ele olhou para além do cesto, chegando perto da sua beirada com cuidado. Então ele engoliu um pouco de ar, respirando fundo, e disse: uauu!
Havia muita coisa para se ver: a paisagem era imensa. Eles estavam passando por cima de campos de todas as cores. Verde, vermelho, laranja e amarelo. Havia plantações de muitas formas também. Círculos bem grandes. Retângulos bem compridos. Joãozinho viu casas também, celeiros e estradas. Depois os campos foram passando e havia uma grande floresta, e havia um rio que passava pelo meio dela, fazendo curvas para lá e para cá, como uma se fosse uma minhoca.
Perto da floresta passava uma estrada. Joãozinho podia ver vários carros e caminhões passando por ela. Não muito longe, havia uma ponte sobre um rio. O mesmo rio que passava fazendo ziguezague pela floresta. A ponte parecia comprida, e logo após ela Joãozinho viu vários telhados compridos e pouca floresta. Será que eram fábricas? Então Joãozinho se lembrou do lugar onde seu pai trabalhava, onde havia longos galpões onde muita gente trabalhava com caixas. Seu pai dirigia uma máquina com duas garras, feito um trator, chamada empilhadeira.
O balão continuou voando. E Joãozinho foi vendo para onde o vento o levava. Lá embaixo foram aparecendo casas. Aqui e ali havia um campo de futebol, onde havia bastante gente correndo. Via também alguma igrejinha com suas torres e outras construções que pareciam ser lojinhas. Joãozinho conseguia ver muitos carros na estrada principal, alguns deles entravam nas ruas pequenas, entre as casas. Também ali perto algumas ruas subiam um morro. E lá havia muitos telhados e casas coloridas.
Depois o balão passou por cima de prédios bem altos. Joãozinho ficou com medo que alguma hora o balão resolvesse descer e fosse cair em algum deles. Mas o balão continuou na mesma altura. Lá embaixo, vários carros moviam-se entre ruas bem apertadas, cheias de gente nas calçadas. Nessa hora Rufos começou a farejar a perna de Joãozinho, o que fez ele tomar um pequeno susto. Que é isso Rufos?! Disse o menino. Então Joãozinho sorriu e fez uma carícia na cabeça de Rufos!
Quando Joãozinho olhou de volta para fora, a cidade estava passando, e lá embaixo havia vários barquinhos ao longo do mar perto de uma linda e longa praia branquinha. Parecia haver muitos guarda sóis e gente passeando pela praia. As ondas iam e vinham, muito calmamente. Longe, no meio do mar, estavam passando alguns barcos grandões, e Joãozinho ficou feliz em vê-los, pois nunca tinha visto um desses antes.
De repente Joãozinho começou a ouvir algo. Era alguém chamando seu nome. Ele olhou e olhou ao redor, mas só viu Pichote e Rufos, que agora começavam a brincar de pega-pega, correndo pelo cesto. Então Joãozinho disse: aqui não! Parem! Parem! E então ele acordou. Sua mãe estava chamando. Era hora de levantar e ir se lavar, tomar café e ir para escola. Joãozinho mal podia acreditar que estava antes em um balão. Mas na verdade foi tudo um sonho. Mesmo assim ele acordou feliz, e resolveu contar tudo para a mamãe e o papai na hora do café.
FIM