O LIVRO DESANIMADO

Chegaram as férias, o livro se viu trancado num armário e não cansava de resmungar. Ali sozinho a vida se tornava um tédio.

Quando viu uma traça se aproximando entrou em desespero.

- Não tente se alimentar das minha páginas. Estou cansado, sozinho, abandonado, estou ficando depressivo.

A pequena traça ouvido as lamentações do livro entre tantos outros livros que cochilavam, falou:

- Não estou aqui para me aproveitar de um livro resmungão. Com certeza teria enjôo e má digestão. Então deixe de ser chato e tente relaxar, logo as aulas retornam e você irá reclamar de outras coisas. Por exemplo:

- Estou cansado, vivo de mão em mão. Tenham cuidado, não me risque. Exclamou a traça.

-De repente a porta do armário se abriu, uma senhora se aproximou, começou a retirar todos os livros.

- Hora da faxina, muitos desses livros irão para a reciclagem.Disse jogando os escolhidos numa caixa de papelão.

O primeiro foi o livro que vivia reclamando. O desespero foi tanto que suas lágrimas escorriam molhando a traça que veio junto.

E logo chega um homem com cara de quem não gosta de livros, pegou a caixa de qualquer jeito, colocou numa carroça e seguiu em destino ao descarte.

O livro desanimado entrava em desespero, num lixão a caixa foi jogada, livros didáticos, cadernos velhos e outros papéis sem importância. Logo chega am catadores que colocavam em sacos para serem levados e vendidos para reciclagem. Por sorte o livro por ser menor ficou ali jogado ser notarem a sua existência.

Passaram-se uns dois dias, a sorte que não choveu, um velho se aproximando viu o livro sozinho solitário, com mãos enrugada ele pegou como se fosse um tesouro colocou numa mochila que trazia nas costas e prensou:

- Amanhã vou visitar minha netinha e vou lhe presentear com esse livrinho, ela com certeza vai ficar feliz.

O livro ao ouvir, ficou todo animado, não foi destruído e ainda iria ser folheado e lido por uma criança.

No seu consciente agradeceu, hoje o livro vive feliz sendo o melhor amiga de uma criança cadeirante.

Suspirando ele disse:

- Ajudar é um ato de amor e todo orgulhoso continua sendo útil.

Autoria Irá Rodrigues.