RESPEITANDO AS DIFERENÇAS

Era uma vez um menino veio com a família morar numa vila onde todos os moradores eram de cor branca, apenas ele era bem escurinho. Ao andar pelas ruas ele se sentia muito estranho, as outras crianças olhavam para ele rindo e chamando-o de encardido, como era o seu primeiro dia de aula estava muito envergonhado e foi perguntar a professora.

-Por que apenas eu tenho essa cor? E por que me chamam de encardido. Eu sou muito asseado e tomo banho diariamente.

Então a professora com muita delicadeza lhe explicou:

-O amor não tem cor. Nossa pele é apenas uma vestimenta que usamos para proteger o nosso corpo. E seus colegas deveriam saber que o que nos faz diferente não é a cor e sim os nossos sentimentos.

Zezinho ficou mais confuso e voltou para casa pensando.

- Mas que cor mesmo deve ser o amor?

Será verde como a natureza...

Amarelo da cor do Sol..

Prateado como a Lua.

Ou azul da cor do céu.

Logo ao chegar em casa foi correndo falar com seu avô, precisava saber para entender.

- Vô .. Por que somos de cor diferente das outras pessoas da vila?

O avô então pediu que o menino que se sentasse ao seu lado,

- Não importa a cor da nossa pele, importa é o que temos dentro da gente que é um coração que bate , ele traz o mais nobre sentimento e sua cor se chama amor.

Zezinho ouvia tudo calado, quando o avô terminou ele perguntou:

- A professora disse isso, mas ninguém me fala a cor do amor. Indagou confuso.

- O amor tem a cor que a pessoa pinta. Então, nesse momento ele tem a cor branca do amanhecer refletida pela luz do Sol. A noite ele tem a cor escura para nos trazer paz e poder dormir..

- Eu não quero voltar para a escola, todos riram e me chamaram de encardido. As lágrimas corriam no rosto de Zezinho deixando o avô triste.

O avô então lhe disse: O que fizeram com você é preconceito e não se sinta inferior, nosso mundo é feito de diferenças. Amanhã voltará para a escola de cabeça erguida e pronto para dar as respostas que merecem.

E assim o Zezinho seguiu os conselhos do avô. Ao entrar na sala um dos garotos disse:

- Chegou o negrinho. E todos riram debochando dele.

Mas Zezinho com atitude de respeito se levantou e fez uma pergunta:

- Alguém aqui come chocolates? Toma café e gosta de jabuticabas?

Todos falaram em coro:

- Claro são deliciosos, e a vida não seria a mesma sem eles.

- Já prestaram atenção nas suas cores? Todos são escuros e nem por isso deixam de ter o melhor sabor. Coloque a mão no peito e sinta as batidas do seu coração. Ele bate igualzinho e não tem cor diferente. O nosso sangue é vermelho, o nosso sentimento tem a cor do amor.

A turma se calou, um olhava para o outro e naquele momento compreenderam que não importa a cor e sim o amor. A partir daquele dia Zezinho era um dos melhores amigos de toda a turma. E assim, o menino mostrou que preconceito é não aceitar as diferenças entre os povos, seja índio, branco ou preto, todos são pessoas e merecem respeito.

Autoria Irá Rodrigues.

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