O PASSARINHO SOLITÁRIO

O Pássaro preto vivia em liberdade com a sua família e seus amigos. Certo dia, enquanto descansava nas sombras do velho carvalho, foi traído para uma gaiola, como tinha frutas frescas ele foi se alimentar , sem saber que por traz daquela bondade morava a maldade de um garoto.

De repente o pássaro se viu preso. Levado para longe da floresta sem sentir mais o cheiro da natureza, nem a alegria do amigos.

O pobre vivia solitário, por mais que lutasse contra as grades que lhe prendia, mais triste ficava, suspirando ele pensou: O mundo era meu, um espaço para voar sem fim, hoje estou confianado num espaço tão apertado que até para respirar era difícil.

E completava em seus pensamentos: Se um dia eu me liberar, com certeza não saberei mais voar.

O tempo passava, o passarinho não tinha mais noção de horas, muito menos dia. Sua vida foi retirada e precisava ter forças para sobreviver.

Todas as manhãs ele abria o bico e cantava tão alto, na esperança que sua família viesse lhe libertar. Não era canto de felicidade, era de protesto, tristeza e solidão.

Seus olhos tristes olhava a imensidão lá fora, não tinha solução, pensou ele. Preciso aprender a ser feliz na nova vida que me puseram.

E assim, o pássaro preto cantava e cantava.

Seu canto era tão alto que despertava a cobiça de quem por alí passava. O dono com a sua ganância lhe vendeu caro. Era mais uma tristeza, seria levando para longe da floresta e suas esperanças morriam com aquela mudança.

Pensou: Preciso me libertar. Enquanto todos almoçavam, uma criança abençoada veio até a gaiola, subiu num banquinho e começou a brincar com o passarinho, com a meiguice daquele menino, o passarinho abaixou a cabeça e deixou que ele o tocasse, pra criança foi a maior felicidade, para o passarinho a solução que tanto esperava.

O garoto queria segurar nas mãos aquele passarinho de penas pretas brilhantes, abriu a portinha e quando foi pegá-lo, o passarinho bateu asas e partiu para a sua tão sonhada liberdade.

E assim, o pássaro preto foi libertado daquelas grades pelas mãos mais inocentes do mundo, uma criança.

O pássaro preto, reencontrou sua família, continuaram livres, cantando para festejar a sua liberdade.

Autoria Irá Rodrigues.