Meninos travessos
No mato nasceram
como se fossem batatas
na terra dura plantada
dentre muitas ervas e pedras
e, assim selvagens cresceram
e, desde ainda muito criança
arduamente trabalhavam com os seus pais
numa fazenda onde nasceram
e, portanto sempre viveram
onde, literalmente como escravos trabalhavam
devido as péssimas condições
até mesmo em relação a morada
por ser literalmente um galpão
coberto de palha com um poço ao lado,
onde tiravam a água que necessitavam
para se lavarem, beberem e cozinharem
num pequeno fogão de lenha
no canto e portanto distante dos porcos
que dentre eles circulavam
perante essas precárias condições, de fato.
Tínham seis filhos,
duas meninas e quatro meninos
totalmente travessos
e, certa manhã com um estilingue improvisado
acertaram na cabeça de um galo
que, instantaneamente faleceu
e, por causa disso tornou-se num alvoroço
prlo fato desse bonito galo não ser deles, de fato,
mas por já estar morto e, antes que alguém visse
o que realmente tinha ocorrido,
ferveram rapidamente a água e lhe cozinharam
enterrando as suas belas penas num buraco
onde colocavam todo o seu lixo
incluindo as suas próprias feses, de fato.
E, quando no final da tarde
o capataz chegava com dois
pequenos e finos pedaços de crua carne
para eles mesmos cozinharem,
lhe disseram terem encontrado o galo morto
provavelmente picado por cobras
e, ao ouvir imediatamente falou
que cobras ali existiam inúmeras
dizendo logo em seguida
para tomarem cuidado e retornou
numa pequena caminhoneta
até um casarão onde vive com a sua família
com água encanada, eletricidade e televisão,
enquanto os meninos totalmente peraltas
animados seminus pulavam e gritavam
antecipadamente festejando
o que aquele final de tarde iriam comer,
arroz da terra, vegetais, bife e galinha,
que apesar de na propriedade
existir em abundância de verdade
raramente comiam na realidade.
E, assim todos reunidos
no chão daquele pequeno galpão comeram
o que para eles foi um verdadeiro banquete
para, em seguida rapidamente se lavarem
com o sabão que as meninas lavavam a louça
constituída de cuia das quengas dos cocos
e talheres de madeira com copos de plásticos
para, após o breve banho no mesmo chão se deitarem
e, ali adormecerem vestidos olhando
tanto a lua como as magníficas estrelas
que, embora distantes conversavam
lhes faziam pedidos e com elas sonhavam
que tínham sido arrebatados
por seres pequeninos e amigos
além de serem realmente mágicos.