A Determinação.
A Determinação.
Seria uma noite normal, se não fosse pela quietude anormal, não se ouvia nenhum som. Não se ouvia os sapos à coaxar, os grilos estridulando, ou, nenhum outro animal noturnos.
A noite estava tão escura, que, não se enxergava um palmo diante do nariz.
Na tanara (Mata), mais a dentro, existia uma tribo. Os Pataxós!
Os kakuçu (Homens), dessa patixi (aldeia), saiam para buscar alimentos provendo-os junto com a sua Taputaki Hemugãhe (Onça Pintada), que, era fiel amiga de Hemugãhe.
Enquanto as Jokana (Mulheres), ficavam cozinhando e cuidando dos Kitoki (Filhos).
Todos naquele dia, estavam achando estranho aquela noite, nenhum dos seus Taputaki (Amigos), emitia som, nenhuma conversa reinava na selva, mas, tinha entre as crianças da aldeia, um menino, cujo nome era Hemugãhe (Alisson), filho de Haiõ (Simplicio), que quebrou o silêncio:
- Ipapamakã (Pai) perguntou ele:
- A tanara tá muito silenciosa, o senhor não acha?
- Sim meu filho, está muito, respondeu o Ipapamakã.
O menino olhou pensativo em direção a Angorró, e, resolveu adentrar mais a Tanara, para saber o porquê daquele silêncio. Então, seguiu à procura os taputaki (animais) mata a dentro.
Chegou àbeira do rio chamou o jacaré, e, nada escutou.
Olhou para o lado, viu sentada numa pedra Sahã (Iara), uma Jogana Baixu (Mulher Bonita) e Xohá (Guerreira).
- Sahã! Não consigo falar com meus taputaki...
Sahã com semblante preocupada disse:
- Eu também não consigo, preciso da sua ajuda, vamos encontra-los?
Hemugãhe prontamente respondeu:
- Vamos! Eu posso, e, vou te ajudar! Vamos junto procurer por eles.
Então, continuaram à procura, mais adiante avistou o Caboclo da Mata e o Bicho Homem, protetores da flora e fauna de toda a floresta.
- Meus amigos, os taputaki sumiram. Preciso de vocês! Não consigo achar-los...
Eles se entreolharam e disseram:
- Nós estávamos falando sobre isso mesmo, neste exato momento, o porquê de todo esse silêncio, sentimos sua presença e estávamos te esperando para nos ajudar a procurar...
De repente chega o Katumbaiá (Protetora de Animais), ofegante quase tropeçando.
- Taputaki? Eu acho que sei o que esta acontecendo. Vi quatro homens na tanara com gaiolas e jaulas.
Hemugãhe falou:
- Calma Katumbaiá, nos mostre onde. Então, seguiram a Katumbaiá até a clareira, lá os homens bebiam e festejavam suas caçadas.
Hemugãhe pensou como salvar seus Taputaki desses malvados e então disse:
- Katumbaiá você cuida dos cavalos!
E Katumbaiá começou a trançar o rabo dos cavalos, e, escondendo os objetos.
Caboclo da Mata, entrou em cena fazendo-os se perder, e, se distanciarem uns dos outros.
Bicho Homem, fez eles se desnortearem de medo, e, ficarem sem saber o que fazer.
Nesse meio tempo, os guerreiros, Hemugãhe e Sahã, sairam derrubando-os e botando-os pra correr como loucos.
Feito isso, Hemugãhe (Alisson), e, seus amigos, voltaram à clareira para soltar seus Taputaki, então, juntos seguiram para a Patixi com a Agohó Hupãdê (lua cheia) iluminando o caminho.
Chegando lá, fizeram uma Awê (festa) com todos os Taputaki agradecendo o guerreiro Hemugãhe.
Ipapamakã (o pai) abraçou Hemugãhe (Alisson) pela sua coragem e determinação em defender sua tribo e Tanara!.
Assim, nosso pequeno indío, tornou-se exemplo de sua indentidade, no conselho perante a tribo.
E, falaram numa só voz:
- Somos Pataxós, somos da frente, somos Guerreiros!
(Esse conto foi feito para um indigena (Criança), que, encontrei fazendo Fisioterapia no SARAH quando tive AVE.)
• Texto: Osvaldo Rocha 02.02.2019
• Tradução: Haiõ (Simplício)
• Ilustração: Luana Pancho da Rocha (Não pude colocar o desenho, pois, não sou assinante.)
• Orientações de linguagem: Profº. Paulo França
• Adaptações do texto: Profª. Thaís Paranhos
• Narração: Profº. Paulo França