TARTARUGA QUEIMADINHA.

No meio da caatinga, lá no interior do nordeste vivia uma pobre tartaruga com o casco todo torto queimado pelo fogo das coivaras feitas pelo homem sem pensar nos pobres animais que vivem naquele local.

Morreu toda a sua família sobrando apenas ela que agora andava sozinha na maior tristeza, os bichos que voltaram passavam por ela e nem olhavam tão feia que ficou, a tartaruga sentia falta de um dedo de prosa e lamentava a falta que sentia de todas as outras tartarugas.

Certo dia um velho que morava por perto encontrou a tartaruga e sentindo pena da situação levou para sala casa colocando-a num cercado junto com as galinhas, todos os dias trazia folhas frescas e nunca faltava água, assim ela foi se sentindo protegida e quando foi solta não afastava de perto, ali estava segura e gostava do carinho que receba recebendo até o nome de Queimadinha. Era só chamar seu nome e logo ela aparecia no terreiro, bebia água, comia folhinhas verdes e logo tirava um soneca na sombra de um gravatá que o velho plantou para servir de sua casinha, enquanto cochilava o velho lhe contava casos acontecidos naquela região.

Queimadinha parecia entender e tranquila fechava os olhinhos. O velho que também vivia sozinho voava na sua imaginação enquanto inventava suas histórias.

Ao ouvir os causos logo chegavam alguns animais como a coruja Dandara que nem piscava seus olhos esbugalhados, o coelho José que só colocava as orelhas fora da toca para escutar e até as galinhas chegavam apressadas para não perderem a prosa, e não poderia faltar seus fiéis companheiros, o cachorro Farofa e o gato Zangão.

E assim Queimadinha ganhou uma nova família.

Autora Irá Rodrigues