Sem perder o encanto,

isolados...cada um no seu canto...

A pandemia avança.

São muitas pessoas doentes na nossa cidade.

Estar junto tem novo status.

 

Vovó, longe dos netos, domingo pela manhã, acorda ao som da tecnologia... é Clarice.

A caçula dos netos, vinte e quatro meses, no colo da mãe, distante quinhentos quilômetros...

verbaliza que deseja ver o trem.

A casa onde moro, e ela visita eventualmente, é vizinha da linha férrea.

O trem não tem horário para a sua passagem, mas

a bebê, nas lonjuras, insiste que o trem vai chegar.

 

Conversamos uns dois minutos. Logo o trem se anunciou... o seu barulho foi percebido ao longe

pela bebê. Fui até o portão, direcionei o aparelho celular e vimos o trem passar...

Clarice, radiante, ia descrevendo... "a máquina, as bobinas, os containers..."

Clarice sorri para a felicidade.

 

Novos tempos...

novos formas de amar!

O isolamento...

consolida sentimentos!

É Amor!

 

 

 

foto by Zaciss