APRINCESA E A BORBOLETA AZUL
Bem distante, muito além daquelas montanhas, em um majestoso castelo,
morava uma linda menina e seu querido pai.
O castelo era iluminado pelo sol todas as manhas e em vez de grandes
muralhas ele era cercado por arbustos floridos.
As azaleias, os hibiscos as Hortênsias davam um colorido que era de uma
beleza inigualável. As rosas de todas as cores, liberavam no ar um aroma
doce e calmante que atraia todas as borboletas e abelhas que por ali
voavam.
De longe se via um lindo lago, com cisnes, gansos e flamingos. Bem
pertinho ficava um grande bosque, com coelhos, esquilos e muitas aves
coloridas. Era um verdadeiro paraíso.
MELINA era a única filha daquele bondoso rei. Sua mãe havia morrido
quando ela ainda era muito pequena, mas foi criada com muito amor e
carinho.
A princesa tinha uma criada, a senhora Lucy, que lhe dedicou a vida desde
que a rainha Mãe se foi.
Sua babá fazia todos seus gostos e nunca lhe faltou afeto. Simpática e
alegre a menina andava pelo reino e conhecia seu povo como ninguém. Era
amável e querida por todos. De vez em quando, pregava peça na guarda
real, arrastava a senhora Lucy e fugia para o bosque. Deixava todos de
cabelo em pé, preocupados com seu sumiço repentino.
Sempre cantarolando, corria, pulava, rolava na grama, enquanto sua baba
implorava para que voltassem ao castelo, pois sabia que todos já estavam
preocupados. Cheirava e conversava com cada flor e assim fazia um
ramalhete que tinha o perfume e colorido todo especial e que ninguém
poderia fazer melhor…
Fazia questão de levar uma braçada de flores silvestres para enfeitar os
seus aposentos.
Assim era a princesa Melina.
Na volta dos seus passeios, recebia uma boa bronca do seu pai.
— A floresta pode ter lobos, é perigoso andar sem nossos guardas! Tenha
mais cuidado, minha querida. Ela sorria e abraçava e beijava seu pai e
dizia:
— Papai estou em boa companhia… Eu a Senhora Lucy e a Natureza!
Passava horas na floresta e se distraia com tudo que via um pequeno
coelho ou um ninho de beija-flor. O reino do Sol, assim que era conhecido,
viviam em paz, súditos, realeza e todos eram felizes.
A princesa era tão linda, tinha longos cabelos negros e grandes olhos azuis.
Ela era feliz, gostava de cantar e tinha uma bela voz, e todas as manhas na
sacada de seu quarto ela cantava como um pássaro anunciando a chegada
da primavera.
Enquanto ela cantava, o mundo ao redor parava, nem um outro som se
ouvia, aquele som era mágico e tocava os corações.
Mas, o tempo passou e Melina cresceu e se tornou uma linda moça, cada
dia mais parecida com a rainha Mãe.
Agora ela não passeava mais pelo bosque, somente pelo jardim do castelo.
Nas tardas de verão ela se sentava no banco do jardim e seu olhar se
perdia entre o colorido das flores.
Vez ou outra, do Alto da torre olhava o pôr do sol e suspirava, como se o ar
lhe faltasse!
Melina andava triste e solitária. A senhora Lucy sua criada e grande amiga
de todas as horas, havia morrido.
Seus criados se esforçavam para agrada La, mas nada conseguia.
Seu pai sempre mandava buscar joias, tecidos para fazer os mais lindos
vestidos, e assim ver a moça feliz.
Mas faltava algo para preencher o vazio do coração da Linda moça!
O rei já estava ficando velho e preocupado com o futuro da Princesa,
pensando em achar um pretendente digno da sua bela filha teve uma ideia.
Promover uma grande competição para todos os Jovens solteiros do reino,
e os mais valentes e fortes seriam candidatos a se casarem com a princesa.
- Não! Isso não é do meu agrado, papai!
Melina não gostou muito da ideia, porque em seus sonhos ela esperava um
príncipe encantado, mas como uma boa filha acatou a vontade do seu pai e
rei.
Então seu pai convenceu a moça que só assim acabaria sua solidão!
A notícia se espalhou até aos limites do reino. Todos os jovens vieram se
apresentar para a competição.
Então Chegou o grande dia, e os duelos começaram.
Foram vários dias, e Melina assistia tudo. Sem saber o que dizer, pois ela
detestava violência!
Enquanto isso o seu pai se divertia com aquele torneio e até se esqueceu
do motivo daquele evento.
Muitas pessoas assistiam, e torciam pelo seu cavaleiro preferido.
Todas as pessoas daquele lugar estavam ali, era um acontecimento
importante para o povo.
Os Cavaleiros com suas lanças e escudos em cima de seus cavalos, iam
um a um saindo da competição, até que sobram quatro.
Sim, quatro bravos guerreiros, e agora?
Ela iria conhecer os finalistas da competição, que então dentre eles, ela
teria que escolher o seu noivo.
Melina sente um grande aperto no coração,
Não sabe o que vai acontecer, não sabe o que fazer.
Foi uma grande Festa e os candidatos, com suas armaduras reluzentes e
com o maior sorriso no rosto, cada um esperava ser o escolhido.
Afinal, Ser Príncipe e futuro rei, e mais que tudo, Melina era linda!
Era tudo que qualquer nobre ou plebeu desejava.
Naquela manhã ela estava muito linda em seu vestido Azul celeste, que
realçava ainda mais seus olhos azuis.
Seus longos cabelos pretos esvoaçavam com o vento, mas seu olhar era
triste.
Melina sai do seu lugar, passa em revista, aqueles rapazes enfileirados,
olha dentro dos olhos de cada um, procurando um sentimento, aquele que
ela sonhou sua vida inteira, o amor...
O coração daqueles jovens bate acelerado esperando ser o contemplado
pela escolha da princesa, e todos com sorriso, fazem uma reverencia a bela
quando ela passa.
Volta, olha novamente, tenta encontrar em um jovem o brilho que tocasse
seu coração!
Pensa: Todos são belos e fortes, são valentes também, mas,
Meus Deus, o que acontece comigo? Não consigo escolher!
Segura as lágrimas, não, ela não podia escolher, não seria justo com os
seus sentimentos.
Nada, sentiu por nenhum deles, decepcionada, olha para seu pai, como se
pedisse socorro.
Sem saber o que fazer, quase desmaia, mas reage e corre para o castelo.
Sem conseguir conter as lágrimas se fecha em seus aposentos.
Seus pretendentes ficam revoltados e exigem a volta da princesa.
Mas o Rei muito sábio, vendo a enorme confusão, toma a decisão para
acalmar aqueles rapazes.
— Meus jovens e bravos guerreiros, darei um valor em ouro para os
cavaleiros que foram os quatro vencedores, disse o rei.
E assim todos ficaram felizes e a competição chegou ao fim.
Mas, Melina em seu quarto chora por horas, até que seu pai um rei que
tinha um grande coração, mandou busca-la e quis saber a razão de tanta
tristeza? O que aconteceu?
Ela confessou a seu pai:
- Não posso me casar com nenhum deles, papai... Não vi em nenhum o
amor que procuro!
Seu pai a amava muito, então a abraçou e disse:
- Que faremos para achar o seu amor? Daria metade do meu reino para te
ver feliz, minha querida filha!
E ela, a partir daquele dia, todas as manhas quando saia na sacada para
cantar, seu canto agora era triste.
Não saia mais para tomar sol nem nos jardins do castelo.
Somente na sacada de seu quarto.
Mas, aconteceu algo surpreendente!
Em uma manhã apareceu uma grande borboleta Azul, que ficou voando em
volta dela e fazendo piruetas enquanto ela cantava.
Melina até sorriu e pensou, nossa nunca vi uma Borboleta Tão grande e
linda Assim!
No dia seguinte a borboleta estava lá novamente e pousou em seu ombro
enquanto ela contava.
— Que coincidência... Olha ela aqui novamente!
No dia seguinte Melina não estava disposta a cantar, sentia se muito triste.
Estava sentada em uma poltrona em seu quarto olhando o céu pela Janela,
quando algo chamou sua atenção: — É ela?
— Não acredito, é a borboleta Azul que pousou na minha janela?
Levantou se e foi até a sacada e lá estava ela, então Melina sorriu e cantou
enquanto a borboleta bailava em sua frente.
No outro dia ela estava La, e no outro e no outro também!
Mal o dia amanhecia e a Princesa corria para a sacada somente para cantar
e ver sua amiga bailar.
O canto de Melina não era mais triste, porque ela tinha agora uma Linda
ouvinte...
O rei fica feliz em ouvir o canto alegre de sua filha e se pergunta:— O que
aconteceu? Ela encontrou a felicidade?
Numa manhã ensolarada, Melina resolve sair pelo campo, cantarolando
como sempre.
A sua amiga borboleta sempre por perto e assim passeiam juntas pelo
bosque.
De repente Melina perde sua amiga de vista e fica parada olhando entre as
arvores, a procura da Borboleta azul.
Olha pra cá, olha pra lá e começa a cantar para chamar sua amiga de
volta.
Não consegue encontra-la e fica triste. Resolve voltar para o castelo.
— Será que minha amiga me deixou? Não terei mais a linda borboleta para
me alegrar todas as manhas?
A princesa caminha lentamente, apanha uma margarida, faz um bem me
quer, mal me quer...
Sorri e pensa:— Como sou tola!
Quando ela menos espera aparece a sua amiga, mas que surpresa!
— Ah você está aí? Não faça mais isso, nunca mais me deixe! disse a
moça.
Mas a Borboleta Azul fez umas piruetas e sumiu novamente, mas logo
reapareceu com uma grande surpresa!
Muitas, muitas, mais muitas borboletas de todas as cores e tamanhos,
vieram em direção a princesa!
Melina fica encantada com tanta beleza.
E as centenas de lindas borboletas envolvem Melina, era a coisa mais linda
que ela já tinha visto!
Melina corre, sorri, canta.
— Você voltou e trouxe suas amigas, que lindas!
Mas de repente no meio a imensa nuvem de borboletas surge um cavaleiro,
que ficou tão surpreso ao vê-la, quanto ela!
— Quem seria aquele jovem?
—De onde ele veio?
Melina fica paralisada, mas Ele imediatamente desce de seu cavalo,
impressionado com a beleza da jovem se ajoelha aos pés da princesa e diz:
—Há tanto tempo estou te procurando, já andei por vários reinos!
Melina arregala os olhos, sem nada entender, mas fica encantada com a
beleza daquele jovem.
—A minha amiga borboleta azul estava me ajudando e me trouxe até você,
disse o belo rapaz.
A princesa olha assustada para a grande borboleta azul que bailava entre
eles.
— Então é isso?
O coração de Melina bateu mais forte... Muito forte... E
Então ela soube que encontrou o Amor de sua vida!
Conversam e Passeiam pelo bosque por horas, sempre envolvidos pela nuvem de
borboletas coloridas.
As vezes Melina Pensa:—Estou sonhando?
E depois que o Príncipe contou toda a sua história e a sua procura pelo seu verdadeiro
amor, Melina entende que agora seu amor chegou!
Melina sobe no cavalo com o príncipe e voltam para o castelo.
Enquanto eles cavalgam, ela olha para traz e vê as borboletas que voando os seguiam,
parecendo uma nuvem colorida!
Melina sorri muito alto, e diz:—Olhe, isso é mágico!
Chegam ao castelo, e o cavaleiro se apresenta ao Rei:
— Sou Philip, príncipe de um reino muito distante, além das montanhas, que também
estava solitário a procura de uma princesa. Acabo de encontrá-la.
— Quero pedir a permissão para casar com sua filha e faze La muito feliz.
O rei perguntou a ela, se era do seu gosto e isso a faria feliz.
Nem foi preciso de resposta, pois estava tudo transparente em seu olhar.
Assim o Rei ordenou que tudo fosse feito da maneira que sua filha pedisse.
Os pais do Príncipe Philip vieram para o casamento e uniram os dois reinos, porque ele
também era o único filho e sucessor do trono de seu pai.
Foi uma grande festa de casamento, e Melina se tornou a Rainha de seu
reino.
Tiveram duas filhas e um lindo filho, e seu reino sempre teve muita música,
muitas flores e muitas borboletas.
Foram felizes para sempre...E o bondoso Rei desfrutou dos risos e da
alegria dos seus netos.
E quem diria, uma delas canta como a princesa Mãe!