Viagem montado na égua Scarlet
Sai por volta das dezoito horas para fazer uma visita para minha irmã, que estava acamada, recuperando de uma enfermidade.
Preparei a égua Scarlet, machadora exemplar e corajosa. Começava anoitecer, num trote leve e constante teria que percorrer dez quilômetros até chegar.
O caminho era bem conhecido. Scarlet conhecia perfeitamente e seguia sem meu comando. Repentinamente o animal empacou e braviamente acusava algum risco na estrada. Batia as patas e bufavas com pescoço baixo.
Na escuridão a visão era precária. Acendi o isqueiro e arrepiei quando enxerguei uma cobra imensa. Uma serpente enrolada preparada para dar o bote. Uma urutu. Super venenosa para quem ataca-la.
Recolhi Scarlet pela rédea e contornei o risco e segui nosso caminho.
Chegando na casa de minha irmã, Maria, desarreie Scarlet e soltei-a para se juntar a outros animais da fazenda.
Depois de uma recepção carinhosa ficamos conversando até tarde na cozinha do casarão. Minha irmã estava recuperada e já insistia que podia executar alguns afazeres da casa.
No outro dia, preparei novamente Scarlet para retornar à nossa morada, pelas bandas do Riachão. Atentamente no local onde estava a serpente, não avistamos mais o animal venenoso.
Chegamos a tempo de dar um banho confortável na égua Scarlet. Amiga de todas as horas.
J.Hilton Rosa