Quer ouvir uma história?
TEXTO 1: Eu Astronauta
Na escola meus colegas vivem me perguntando o que vou ser quando crescer, e a resposta já vem na ponta da língua:
Quando crescer eu quero ser astronauta, com uma roupa espacial toda prateada.
Ver de pertinho milhões de estrelas, viajando numa nave espacial.
Voar pelo espaço visitando outros planetas. Como serão as gentes de lá?
Sabia que vou ter uma base na Lua e ser o super-herói da Terra?
Ah, mas como ainda tenho só seis anos, por enquanto mamãe me deixa treinar apenas com meus aviõezinhos de papel. Se voam alto e longe, dou pulos e gritos de alegria. Mas, se caem na água começo a chorar, até papai me fazer outro belo avião.
Vida de astronauta não deve ser fácil. Quanto tempo ainda vai demorar para ter sorveteria lá no espaço?
Às vezes fico com pressa de crescer; é aí que papai me diz para eu não ter pressa, porque é muito bom poder ser criança e brincar de pé no chão.
Com mamãe aprendi a primeira lição:
De dia sonho com minhas aventuras espaciais, e de noite eu rezo pro Papai do Céu.
TEXTO 2: As botinhas mágicas
Glorinha era uma linda menina de cabelos castanhos cheios de cachinhos.
Ela nasceu com um problema nas pernas e não podia andar.
Na escola a menina vivia triste num canto do pátio, sentada em sua cadeira de rodas observando as suas coleguinhas brincando de roda, esconde-esconde, pulando corda e correndo pra todo lado.
Uma noite, uma bela borboleta azul entrou pela janela ainda aberta do quarto de Glorinha e se transformou numa fada azul que brilhava. A fada sorriu para a menina e usando sua varinha de condão, transformou um velho par de sapatos de Glorinha num par de botinhas, dizendo em seguida:
— Com estas botinhas mágicas que estou lhe dando de presente, Glorinha, você vai poder andar e brincar com as outras crianças. De repente a fada voltou a ser uma borboleta e saiu pela janela.
Seus pais não acreditaram nem um pouco naquela história de fada contada pela menina, mas seja lá como Glorinha tinha conseguido aquelas botinhas especiais, o importante é que ela estava feliz, pois finalmente podia correr e brincar com as suas coleguinhas na escola ou perto de casa.
O tempo, porém, foi passando e Glorinha foi crescendo, até que um certo dia, por mais que ela tentasse calçar os sapatos mágicos, as botinhas não couberam mais em seus pés, e não houve sapateiro que desse jeito no problema. Muito triste, Glorinha voltou para uma cadeira de rodas.
Glorinha sempre deixava as janelas do seu quarto abertas na esperança de que a fada voltasse, até que numa noite ela realmente voltou.
— O que houve, Glorinha? Por que parou de andar?
— Meus pés cresceram, fada, e as botinhas mágicas não me servem mais.
— Ah! Não importa, Glorinha, pois quando você calçou as botas pela primeira vez, a magia delas passou para os seus pés. Você pode andar sim, experimente. Algo hesitante, a menina se levantou da cama e deu vários passos descalça na direção da janela. Então a bondosa fada explicou:
— A magia sempre esteve em você, Glorinha, você só precisava acreditar.
Depois desse dia, Glorinha nunca mais deixou de acreditar em si mesma.
Os presentes textos fazem parte da Coletânea Chá das Cinco-Contos Infantis. O e-livro completo da obra está disponível nesta escrivaninha para leitura. NOTA DO AUTOR.