Mato Feio
Era uma vez um mato no meio do nada, ninguém lhe dava atenção, pois era rodeado de árvores velhas, meio secas e espinhentas. Quem passava por perto nem lhe olhava direito, aquela toceira de galhos bem fechados não tinha nada de interessante. Tanto era seu conceito que passou a ser chamado de Mato Feio.
Mas quem o via por fora nem sabia que por dentro era muito diferente. Rodeado de árvores secas e velhas, com muitos espinhos e galhos secos, ninguém entrava no mato, e assim vários animais puderam se abrigar naquele local onde dispunham de uma morada agradável e segura.
Havia pertinho dali um riacho de águas calmas e limpas que serpenteava por entre campos e matos servindo para matar a sede dos moradores do Mato Feio.
Por isso foi escolhido pelo Macaco para fazer sua casa no alto de um Ingá, que por sua vez também era a casa da Dona Coruja e de um casal de João de barro. Em sua raiz o tatu fez uma toca onde criava seus tatuzinhos. O Coelho e seus coelhinhos também moravam no Mato Feio onde viviam em festa e algazarra correndo de um lado para outro, havia preás, cutias, pássaros diversos, aranhas, besouros todos em harmonia viviam alegres naquele recanto. Vez por outra quando alguém chegava mais perto do Mato Feio eles ficavam quietinhos esperando o forasteiro ir embora.
Os dias eram alegres e leves no Mato Feio, com todos vivendo contentes e seguros curtindo os raios de sol que perpassavam as folhas das árvores aquecendo e iluminando aquele pedacinho de paraíso. No inverno a densa ramada das árvores os protegia do vento frio e os mantinha quentes e secos.
Assim é a vida, às vezes vemos algo ou alguém que julgamos pela aparência sem lhe conhecer por dentro, em sua essência. Quantas vezes achamos que um lugar ou uma pessoa não são legais porque não correspondem a algum padrão. Devemos manter nossa mente aberta para não julgar as coisas pelo seu exterior, mas dedicar algum tempo para após decidir se gostamos ou não.