A menina dos bolos e Heráclito de Éfeso
A menina passou as férias no sítio do primo do primo do seu primo. Era um homem careca e bonzinho, como são todos os carecas, ele não tinha nada de diferente.
No sítio, brincou de tomar banho de rio, correr atrás das ovelhas, dá comida para os patos e de se balançar no cajueiro. Era muito legal aquela vida com brincadeiras e comida farta.
Um dia, chegou no sítio um homem estranho com flores nos pés querendo saber onde ficava a casa da saudade que estava à venda. Ninguém soube informar. Ele pediu água e sentou-se no alpendre. Estava cansado. Olhou para a menina dos pés a cabeça como se procurasse algo nela
- Qual o seu nome, por favor?
- Rosa, mas todos me chamam de Rosinha.
- Prazer, Rosinha! Eu sou Heráclito de Éfeso.
- Prazer! Onde fica Éfeso?
- Na Grécia Antiga. Perto de Atenas. Eu sou um filósofo e descobri a origem das coisas.
- Ah! Essa conversa nem é mais novidade para mim! Já conheci três filósofos que fazem a mesma coisa que o senhor.
- Quem são eles?
- Tales, Anaximandro e Anaxímenes.
- Todos são meus amigos da filosofia da physis que é a mesma coisa da natureza.
- Então, me diga qual o princípio das coisas para o senhor?
- As coisas têm princípio no fogo. O fogo destrói as coisas e as coisas destruídas se transformam em matéria.
- Muito interessante! Explique mais as suas ideias.
- Eu também penso no devir.
- Devir! Palavra pequenina. Taí gostei do senhor, seu Heráclito de Éfeso. O que é o devir?
- O devir quer dizer que as coisas fluem, estão sempre em movimento, mudam de um estado para o outro. O quente pode esfriar, o seco pode encher.
- Gostei mesmo do seu devir.
- Pois é! Sabia que nunca conseguimos entrar no mesmo rio duas vezes? E nem tocar nas coisas duas vezes?
- Por que não?
- Porque o rio flui e a matéria se transforma.
O primo do primo do seu primo trouxe o copo d´água que Heráclito de Éfeso pediu. Ele tomou e ficou satisfeito.
- Muito obrigado! Vou continuar a procurar a casa da saudade.
- Muito obrigada, seu Heráclito de Éfeso por me explicar a sua arché.
- Lembre-se sempre, Rosinha, que tudo se origina do fogo. E que não entramos no mesmo rio duas vezes, isso é o devir.
- Não me esquecerei! Tomara que o senhor encontre logo essa tal casa da saudade.
- Eu também espero que sim. É muito importante para mim. Até logo.
Heráclito de Éfeso partiu caminhando pela estradinha de barro falando sozinho
- A origem das coisas está no fogo...
A menina ficou a pensar na sua arché. Ele era igual a todos os outros filósofos da physis, procurava a origem das coisas nos quatro elementos da natureza: água, ar, terra e fogo.
Depois, o primo do primo do seu primo a convidou para ir cuidar das galinhas e ela pegou na mão dele e se foram para o galinheiro onde havia muito có-có-ri-có e pintinhos piando, piu, piu, piu. A vida é um eterno recomeço.
A menina passou as férias no sítio do primo do primo do seu primo. Era um homem careca e bonzinho, como são todos os carecas, ele não tinha nada de diferente.
No sítio, brincou de tomar banho de rio, correr atrás das ovelhas, dá comida para os patos e de se balançar no cajueiro. Era muito legal aquela vida com brincadeiras e comida farta.
Um dia, chegou no sítio um homem estranho com flores nos pés querendo saber onde ficava a casa da saudade que estava à venda. Ninguém soube informar. Ele pediu água e sentou-se no alpendre. Estava cansado. Olhou para a menina dos pés a cabeça como se procurasse algo nela
- Qual o seu nome, por favor?
- Rosa, mas todos me chamam de Rosinha.
- Prazer, Rosinha! Eu sou Heráclito de Éfeso.
- Prazer! Onde fica Éfeso?
- Na Grécia Antiga. Perto de Atenas. Eu sou um filósofo e descobri a origem das coisas.
- Ah! Essa conversa nem é mais novidade para mim! Já conheci três filósofos que fazem a mesma coisa que o senhor.
- Quem são eles?
- Tales, Anaximandro e Anaxímenes.
- Todos são meus amigos da filosofia da physis que é a mesma coisa da natureza.
- Então, me diga qual o princípio das coisas para o senhor?
- As coisas têm princípio no fogo. O fogo destrói as coisas e as coisas destruídas se transformam em matéria.
- Muito interessante! Explique mais as suas ideias.
- Eu também penso no devir.
- Devir! Palavra pequenina. Taí gostei do senhor, seu Heráclito de Éfeso. O que é o devir?
- O devir quer dizer que as coisas fluem, estão sempre em movimento, mudam de um estado para o outro. O quente pode esfriar, o seco pode encher.
- Gostei mesmo do seu devir.
- Pois é! Sabia que nunca conseguimos entrar no mesmo rio duas vezes? E nem tocar nas coisas duas vezes?
- Por que não?
- Porque o rio flui e a matéria se transforma.
O primo do primo do seu primo trouxe o copo d´água que Heráclito de Éfeso pediu. Ele tomou e ficou satisfeito.
- Muito obrigado! Vou continuar a procurar a casa da saudade.
- Muito obrigada, seu Heráclito de Éfeso por me explicar a sua arché.
- Lembre-se sempre, Rosinha, que tudo se origina do fogo. E que não entramos no mesmo rio duas vezes, isso é o devir.
- Não me esquecerei! Tomara que o senhor encontre logo essa tal casa da saudade.
- Eu também espero que sim. É muito importante para mim. Até logo.
Heráclito de Éfeso partiu caminhando pela estradinha de barro falando sozinho
- A origem das coisas está no fogo...
A menina ficou a pensar na sua arché. Ele era igual a todos os outros filósofos da physis, procurava a origem das coisas nos quatro elementos da natureza: água, ar, terra e fogo.
Depois, o primo do primo do seu primo a convidou para ir cuidar das galinhas e ela pegou na mão dele e se foram para o galinheiro onde havia muito có-có-ri-có e pintinhos piando, piu, piu, piu. A vida é um eterno recomeço.