Nuno e a casa velha
Rosângela Trajano
Rosângela Trajano
Nuno viveu naquela casa durante muitos anos. Tinha tantas lembranças boas escritas nas paredes rachadas, as goteiras do velho telhado, os tijolos branquinhos do piso onde sentava para brincar. Aquela velha casa era tudo o que de mais belo existia na sua vida.
De repente, veio a notícia de que iriam morar em outro lugar e precisavam colocar todas as suas coisas em caixas para fazerem a mudança. Ele foi pego de surpresa. Então, iria deixar a sua velha e amada casa por outra?! E se ela chorasse? E se ela sentisse saudades? E se ela morresse de tristeza? Ninguém respondeu nada, deram-lhe às costas e mandaram-lhe procurar uma caixa para colocar os seus brinquedos dentro.
Era preciso obedecer aos pais sem reclamações. A vovó quis levar a sua horta, mas não podia. O vovô quis levar a sua velha oficina, mas não podia. E ele queria levar a casa toda para o outro lugar onde iam morar, mas também não podia. E Nuno ficou a pensar no quanto é difícil fazer uma mudança.
Então, ele juntou todos os seus brinquedos em duas caixinhas e colocou as suas bilocas numa garrafa de refrigerante vazia. Não tinha muita coisa, mas ficou a pensar se poderia levar na mudança o muro onde desenhara o titio Paulo e a titia Maria de mãos dadas. A resposta veio rápida: Não pode!
Ao entrar no caminhão de mudanças, Nuno sentiu que aquele era o dia mais triste da sua vida. Olhou para a sua casinha e sentiu o seu coração bater devagarzinho. Nem sabia para onde ia. Só lhe disseram que ia gostar da nova casa e do novo lugar, pois lá moravam muitas crianças.
Ele não queria saber do novo lugar. Ele só queria saber o que iriam fazer com a casa velha.
- Vamos derrubá-la! Construiremos uma casa nova com um quarto só para você!
Nuno tomou um susto ao ouvir aquilo. Desceu do caminhão e abraçou a sua casa esticando os braços o quanto pôde. Ninguém derrubaria a sua casa. Era tudo o que tinha. Mas, foi agarrado pelo pai que o levou para dentro do caminhão novamente.
- Não seja teimoso, Nuno. Não me dê trabalho. Estamos fazendo essa mudança para sua vida melhorar.
O menino Nuno ficou a pensar na preocupação dos seus pais para com ele. Como a sua vida poderia melhorar deixando para trás o que mais gostava? Prendeu o choro, mas uma lágrima caiu. Pediu papel e lápis à mamãe e desenhou a sua velha casa no caminho ao novo lugar onde morariam. Era melhor ter uma lembrança dela para quando o tempo passasse e já não conseguisse mais lembrar como eram as suas paredes, o seu telhado, o seu piso, o seu muro, a sua horta, a sua oficina.
Às vezes quando crescemos a gente esquece muita coisa e ele não queria esquecer da sua velha casa nunca, principalmente que ela tinha um vizinho poeta que passava a noite com a lâmpada ligada. Agora era hora de conhecer a nova casa.
- Que casa feia! Nada é mais bonito do que a minha casa velha!
Meio tristonho, Nuno sentou-se na grama verde e bem cuidada da nova casa para chorar a saudade da casa velha.
De repente, veio a notícia de que iriam morar em outro lugar e precisavam colocar todas as suas coisas em caixas para fazerem a mudança. Ele foi pego de surpresa. Então, iria deixar a sua velha e amada casa por outra?! E se ela chorasse? E se ela sentisse saudades? E se ela morresse de tristeza? Ninguém respondeu nada, deram-lhe às costas e mandaram-lhe procurar uma caixa para colocar os seus brinquedos dentro.
Era preciso obedecer aos pais sem reclamações. A vovó quis levar a sua horta, mas não podia. O vovô quis levar a sua velha oficina, mas não podia. E ele queria levar a casa toda para o outro lugar onde iam morar, mas também não podia. E Nuno ficou a pensar no quanto é difícil fazer uma mudança.
Então, ele juntou todos os seus brinquedos em duas caixinhas e colocou as suas bilocas numa garrafa de refrigerante vazia. Não tinha muita coisa, mas ficou a pensar se poderia levar na mudança o muro onde desenhara o titio Paulo e a titia Maria de mãos dadas. A resposta veio rápida: Não pode!
Ao entrar no caminhão de mudanças, Nuno sentiu que aquele era o dia mais triste da sua vida. Olhou para a sua casinha e sentiu o seu coração bater devagarzinho. Nem sabia para onde ia. Só lhe disseram que ia gostar da nova casa e do novo lugar, pois lá moravam muitas crianças.
Ele não queria saber do novo lugar. Ele só queria saber o que iriam fazer com a casa velha.
- Vamos derrubá-la! Construiremos uma casa nova com um quarto só para você!
Nuno tomou um susto ao ouvir aquilo. Desceu do caminhão e abraçou a sua casa esticando os braços o quanto pôde. Ninguém derrubaria a sua casa. Era tudo o que tinha. Mas, foi agarrado pelo pai que o levou para dentro do caminhão novamente.
- Não seja teimoso, Nuno. Não me dê trabalho. Estamos fazendo essa mudança para sua vida melhorar.
O menino Nuno ficou a pensar na preocupação dos seus pais para com ele. Como a sua vida poderia melhorar deixando para trás o que mais gostava? Prendeu o choro, mas uma lágrima caiu. Pediu papel e lápis à mamãe e desenhou a sua velha casa no caminho ao novo lugar onde morariam. Era melhor ter uma lembrança dela para quando o tempo passasse e já não conseguisse mais lembrar como eram as suas paredes, o seu telhado, o seu piso, o seu muro, a sua horta, a sua oficina.
Às vezes quando crescemos a gente esquece muita coisa e ele não queria esquecer da sua velha casa nunca, principalmente que ela tinha um vizinho poeta que passava a noite com a lâmpada ligada. Agora era hora de conhecer a nova casa.
- Que casa feia! Nada é mais bonito do que a minha casa velha!
Meio tristonho, Nuno sentou-se na grama verde e bem cuidada da nova casa para chorar a saudade da casa velha.