A FADA TETÊ E A CACHORRINHA BRANCA

Era uma vez uma fada bem pequenina. Ela era linda e todos os seus vestidos eram cor de rosa. Fada Tetê, este era o seu nome, vivia em meio às flores, árvores e passarinhos de um belo jardim. Morava debaixo do tronco de uma grande árvore. A porta da casa, praticamente invisível, impedia que alguém entrasse dentro dela. Para dificultar ainda mais que se descobrisse onde morava, ela ficava escondida no alto de um galho e só entrava em seu lar quando tinha certeza de que ninguém estava olhando.

Nesse jardim também vivia uma cachorrinha branca. Ela era mesmo meio estranha. Ao contrário dos outros cães que têm orelhas iguais, as dela eram bem diferentes uma da outra. Enquanto a orelha esquerda estava sempre em pé, toda atenta aos barulhos do lugar, a outra ficava constantemente virada para baixo.

A Fada Tetê todo dia tentava imaginar um jeito de consertar as orelhas daquela cadelinha branca. Numa noite, com a cabecinha no seu travesseiro de estrelas, ela teve uma ideia e ficou doidinha para o sol acordar logo e ela assim poder colocar a ideia em prática: usar seus poderes mágicos para colocar as duas orelhas do mesmo jeito, de pé, em cima da cabeça da Tatá, que esse era o nome da cachorrinha.

Mas a Fada Tetê ainda era muito novinha e não sabia fazer as mágicas direito. Então, acho que ela trocou as palavras poderosas e em vez de dizer blim, salablim, ela falou blum, salablum e aí aconteceu um problema. As orelhas continuaram do mesmo jeito, mas os olhos da Tatá ficaram um de cada cor.

Então a Fada Tetê falou assim: “melhor deixar como está. Estou com medo de fazer outra mágica e dar mais errado ainda, com a Tatá se transformando em uma sapinha de orelhinhas tortas no lago do jardim.