O SONHO DE JOSÉ

Toda a manhã José subia na sua bicicleta e pedalava subindo ladeira, descendo ladeira rua por rua até chegar à escolinha do bairro.

Quando descia abria a caixa e logo era aquela gritaria, todos queriam ouvir as belas historinhas que José contava sem mesmo pegar em um livro, ele adorava criar e assim encantava as crianças e adultos que por ali se sentavam para ouvir.

Logo que se sentava ali mesmo na calçada José todo feliz começava: Era uma vez...

E foi assim que os professores, diretor e pais de alunos encantados com o que o menino estava fazendo sem mesmo cobrar nada em troca, resolveram fazer alguma coisa para ajudar e incentivar as crianças a gostarem de ler.

E foi assim que surgiu o projeto: “Na Malinha da leitura”

Dessa forma organizaram uma malinha toda com ilustrações e presentearam o José que imediatamente trocou por sua caixinha velha de papelão.

José não envolvia apenas as crianças logo os adultos paravam e se sentavam para ouvir as mirabolantes historinhas do garoto.

E José queria ir mais além, durante a semana ia à escolinha, aos domingos e feriados ele parava na pracinha, assim que abria a malinha era rodeado por varias crianças, mas José não parava por ai, uma vez na semana ia até a cidade onde recolhia livros usados que conseguia em doações, além de contar historias ele passou a emprestar livrinhos que eram levados e devolvidos assim que fossem lidos, se um adulto não sabia ler ele se oferecia a ir até a sua casa e lia com tanta empolgação que deixava todos cada vez mais apaixonados por aquele menino que desde pequeno já trazia a beleza dentro do coração.

Cada dia aumentava mais e mais leitores e mais e mais livrinhos chegava às mãos de José, agora ele nem precisava ir até a cidade e trazer uma caixa pesada na garupa da sua bicicleta, as doações eram enviadas pelo correio.

José teve uma ideia e correu para contar ao seu pai que encantado cuidou logo de ajudar o filho a realizar mais aquele sonho.

Os dois cuidaram de ir até a casa da avó e lá conseguiram um baú daqueles bem antigos, como era todo de coro de bode não precisavam pintar, mas para que pudesse ser levado a todos os cantos, o pai construiu um suporte com duas rodas onde o baú era colocado e preso à garupa da bicicleta, assim José puxava sem nenhuma dificuldade.

O projeto ganho um nome mais forte, agora ele se chamava “ Baú das Historias” José não queria parar por ai e um dia iria escrever a sua própria história, mas queria uma historinha que fosse bem real, era assim todos os dias o carinho que recebia das crianças não tinha preço e José voltava para casa cheio de sonhos, e na manhã seguinte lá estava ele abrindo o seu baú com novas historinhas para contar e as mesmas crianças para se sentarem e ouvir com seus olhinhos brilhando de felicidades.

Irá Rodrigues

Diretora Internacional da divisão de Literatura Infanto-juvenil

irá rodrigues
Enviado por irá rodrigues em 17/01/2020
Código do texto: T6844121
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