Estrela Solitária
Brilha, brilha, brilha a estrela solitária, guiando sobre o vagar do crepúsculo... Um garoto órfão anda sem rumo neste natal, olhando para todas as janelas de todas as casas por onde vai passando.
Andando e chutando algumas latas no chão da rua entristecidamente, tentando imaginar um sentido para que sua vida fosse daquele jeito. Vestido de trapos velhos sem ter o que comer, passa a mão em sua barriguinha e olhando para o céu, faz um pedido àquela estrela brilhante e solitária...
- Quero ter uma família.
E num piscar de olhos a estrela solitária se faz cadente voando sobre o céu azul escuro... O garoto persegue a estrela e vai pela rua até encontrar uma linda e grande árvore de natal toda enfeitada, toda verde e com bolinhas vermelhas e uma estrela por cima. O garoto se maravilha ao observar tantas cores em harmonia... O garoto olha novamente para o céu e percebe que a estrela ainda continua flutuando pelo céu infinito e perseguindo continua até que se depara com uma igreja, a missa já acabara, mas o garoto fica por lá só olhando para o presépio; aquele lindo cenário que mostrava a Sagrada Família do menino Jesus.
- Não toque no presépio – Disse um moço que também observara o momento.
No relento da noite o garoto passava frio e fome, um carrinho de brinquedo chegara ao seu redor, ele pegou ficando muito feliz, era o Papai Noel que lançou para ele, e agradecendo ao bom velhinho com um abraço, se foi seguindo mais uma vez sem destino.
A estrela ainda estava lá o guiando; aquela nobre estrela solitária, tão solitária quanto aquele garoto, mais uma vez ele estava seguindo a estrela, e correndo todo contente se esbarrara no moço, pensava que levaria uma grande bronca, só que sua reação foi de surpresa ao entender o que aquele moço acabara de dizer...
- Oi menino, você quer participar da nossa ceia de natal?
- Sim!
- Onde estão seus pais?
- Eu não tenho.
O moço com a mão no coração sensibilizara-se por aquele garoto que como tantos outros também passava pelas mesmas dificuldades da vida, desta triste realidade.
- Então eu irei ser seu pai, vou te adotar.
Os olhos daquele menino brilharam tanto quanto a estrela e mais do que aqueles fogos de artifício, era muita emoção, e ao abraçar o moço que se tornara seu pai naquele momento, ele chorava de felicidade.
- Então vamos para casa.
Era isso... Casa! Até então era a rua, mas de agora em diante ele terá uma casa de verdade... Família, pai, mãe, irmãos... Ceia de natal; nunca mais passaria fome... Presépio... Uma família como a do menino Deus.
O garoto entrou em sua casa, se arrumou, tomou banho, ficou perfumado, ganhou roupas novas e limpinhas... Ele correu para agradecer a estrela solitária, olhou pela janela e teve uma surpresa, a estrela solitária não era mais solitária, agora havia uma constelação de estrelas no céu. Assim como formava uma constelação de estrelas, também se formava uma constelação de pessoas em sua família...
- Estrela de Jesus, feliz natal...