José no mercado
José acordava cedinho com o canto dos pássaros no cajueiro da sua casa. Tomava café e ia correndo para o mercado.
Para chegar no mercado José precisava
Atravessar montanhas
Atravessar florestas
Dar comida pro lobo
Deixar o bolo de dona Irá
Atravessar a rua do galo onde passavam muitos carros
Pegava 10 ônibus e 5 trens
Finalmente, chegava ao mercado lá para perto das sete da manhã.
Todo mundo ficava espantado com o tempo que José gastava para chegar no mercado.
Olhavam para o relógio e diziam: - Impossível! E os ônibus? E os trens? Veio voando?
O que José ia fazer todos os dias no mercado ninguém da sua casa sabia. A única coisa que seus pais sabiam era que ele não gostava de peixe.
José chegava no mercado e corria para a banca do seu Barnabé, o maior peixeiro daquele lugar.
- Me dá uma poesia do sol!
- Hoje não tem poesia, menino! Estou cheio de peixes para descamar!
- Me dá uma poesia do sol!
- Já disse que não tem! Não insista!
- Eu pago hoje! Trouxe moedas!
- Não vendo poesias!
- Me dá uma poesia do sol!
Seu Barnabé vendo que José se preparava para chorar largou o peixe num canto e começou a rabiscar com a sua letra garranchuda uma poesia para o sol num dia de chuva, pois chovia muito.
- Pronto! Aí está a sua poesia! Pode ir embora agora!
- Quanto é?
- Não é nada! Eu vendo peixes e não poesia!
- Mas quero pagar!
- Você sempre quer pagar! Já disse que não vendo poesias!
- Diga o preço que eu pago!
- Vá pra casa, menino. Está na hora de ir à escola.
José, todo contente, saiu lendo a poesia em voz alta para que todo mundo o ouvisse declamar a poesia do sol de seu Barnabé.
Colocou as moedas que nunca gastava no calção e foi para casa.
Esqueceu da chuva e ela molhou a poesia de seu Barnabé escrita em papel jornal.
Chorou nos ônibus.
Chorou nos trens.
Chorou diante de dona Irá.
Chorou diante do lobo.
Chorou diante das florestas.
Chorou diante das montanhas.
Levou quarenta minutos para chegar em casa. Os pais não acreditaram que ele já tinha ido no mercado e voltara tão rápido! O pai olhou para o relógio da parede, espantando!
- Eu levo três horas para chegar no mercado de bicicleta!
Mas todos acreditavam em José que era um bom menino e nunca mentia.
- Por que chora, José?, perguntou a mãe preocupada.
- A chuva molhou o que eu comprei.
- Volte e compre de novo!
- Posso ir, mamãe?
- Pode, sim. Ainda falta muito tempo para ir à escola.
- Antes passe em dona Fátima e deixe esse cesto de roupas para ela.
José foi correndo com o cesto de roupas na cabeça.
Para chegar na casa de dona Fátima tinha que atravessar as nuvens e pegou carona nas asas de um pardal.
Começou tudo de novo...
Atravessou as florestas
Atravessou as montanhas....
Ao chegar no mercado seu Barnabé tinha ido embora para bem longe. Ninguém sabia para onde. Era caso de herança, tudo o que lhe disseram.
A poesia molhada de seu Barnabé chorava no bolso do calção de José enquanto ele atravessava o mundo à procura do seu amigo.
Atravessava tudo de novo sem contar as horas por causa da poesia de Barnabé que parava o tempo.
José acordava cedinho com o canto dos pássaros no cajueiro da sua casa. Tomava café e ia correndo para o mercado.
Para chegar no mercado José precisava
Atravessar montanhas
Atravessar florestas
Dar comida pro lobo
Deixar o bolo de dona Irá
Atravessar a rua do galo onde passavam muitos carros
Pegava 10 ônibus e 5 trens
Finalmente, chegava ao mercado lá para perto das sete da manhã.
Todo mundo ficava espantado com o tempo que José gastava para chegar no mercado.
Olhavam para o relógio e diziam: - Impossível! E os ônibus? E os trens? Veio voando?
O que José ia fazer todos os dias no mercado ninguém da sua casa sabia. A única coisa que seus pais sabiam era que ele não gostava de peixe.
José chegava no mercado e corria para a banca do seu Barnabé, o maior peixeiro daquele lugar.
- Me dá uma poesia do sol!
- Hoje não tem poesia, menino! Estou cheio de peixes para descamar!
- Me dá uma poesia do sol!
- Já disse que não tem! Não insista!
- Eu pago hoje! Trouxe moedas!
- Não vendo poesias!
- Me dá uma poesia do sol!
Seu Barnabé vendo que José se preparava para chorar largou o peixe num canto e começou a rabiscar com a sua letra garranchuda uma poesia para o sol num dia de chuva, pois chovia muito.
- Pronto! Aí está a sua poesia! Pode ir embora agora!
- Quanto é?
- Não é nada! Eu vendo peixes e não poesia!
- Mas quero pagar!
- Você sempre quer pagar! Já disse que não vendo poesias!
- Diga o preço que eu pago!
- Vá pra casa, menino. Está na hora de ir à escola.
José, todo contente, saiu lendo a poesia em voz alta para que todo mundo o ouvisse declamar a poesia do sol de seu Barnabé.
Colocou as moedas que nunca gastava no calção e foi para casa.
Esqueceu da chuva e ela molhou a poesia de seu Barnabé escrita em papel jornal.
Chorou nos ônibus.
Chorou nos trens.
Chorou diante de dona Irá.
Chorou diante do lobo.
Chorou diante das florestas.
Chorou diante das montanhas.
Levou quarenta minutos para chegar em casa. Os pais não acreditaram que ele já tinha ido no mercado e voltara tão rápido! O pai olhou para o relógio da parede, espantando!
- Eu levo três horas para chegar no mercado de bicicleta!
Mas todos acreditavam em José que era um bom menino e nunca mentia.
- Por que chora, José?, perguntou a mãe preocupada.
- A chuva molhou o que eu comprei.
- Volte e compre de novo!
- Posso ir, mamãe?
- Pode, sim. Ainda falta muito tempo para ir à escola.
- Antes passe em dona Fátima e deixe esse cesto de roupas para ela.
José foi correndo com o cesto de roupas na cabeça.
Para chegar na casa de dona Fátima tinha que atravessar as nuvens e pegou carona nas asas de um pardal.
Começou tudo de novo...
Atravessou as florestas
Atravessou as montanhas....
Ao chegar no mercado seu Barnabé tinha ido embora para bem longe. Ninguém sabia para onde. Era caso de herança, tudo o que lhe disseram.
A poesia molhada de seu Barnabé chorava no bolso do calção de José enquanto ele atravessava o mundo à procura do seu amigo.
Atravessava tudo de novo sem contar as horas por causa da poesia de Barnabé que parava o tempo.