O cavalo novo
As férias de julho tinham começado e nós já tínhamos uma informação preciosa! O Otávio Baia tinha trazido um cavalo novo, branco, diziam que era ruim de montaria.
Seu Otávio sabia que nós pegávamos os cavalos do pasto e ficávamos a andar com eles, mas fazia de conta que não sabia de nada pois era cômodo para ele, era uma troca – trabalhávamos de graça para ele e não sabíamos. Bolamos um plano – O Zé Maria que era mais forte ficaria em cima da arvore com a corda e nós íamos levar o cavalo por aquele caminho e assim que o animal passasse ele pularia em cima e pronto. Vimos no filme. (Na casa do Lambreta – era a única tv da vila). E assim foi feito encurralamos o bicho que desembestou e lá íamos nós aos gritos; O Zé pulou em cima do bicho com o laço e foi uma correria de dar dó, o Zé não largou a corda, quando o bicho parou lá estava o Zé todo lanhado e com a cara só bosta de vaca depois de ser arrastado pasto a fora com um baita sorriso, e veio a frase “ Comi merda, mas não me escapou, agora vai ser meu”, e lá fomos nós para o rio com nossos Alazões, era só o início de julho.