MALDADE HUMANA

Dois passarinhos foram aprisionados, cada um em sua gaiola, os dias se passavam o dois continuavam tristes, de tanta tristeza brotava lágrimas em seus olhinhos. O curió se apresentou ao amigo e disse que a sua família morava no bosque ali bem pertinho nas margens de um lindo e tranquilo riachinho e que nunca faltava sementes frescas para se alimentarem. Agora estava preso como se fosse um condenado e tudo que lhe restava era sonhar com a liberdade.

O azulão que vivia calado respondeu que estava perdendo o brilho das suas penas e precisava sair logo dali ou morreria de solidão, quando ouvia o canto dos seus amigos seu coraçãozinho apertava no peito.- Concluiu com duas lágrimas caindo dos olhos tristes.

- Precisamos de um plano para fugir daqui, disse o curió, que mesmo bem pequenino era bem mais esperto.

- Os humanos acham que passarinhos não pensam e não tem sentimentos- Disse o azulão sem ao menos sentir vontade de comer. Sinto falta da minha vida, eu fazia o que desejava, voava livre com meus amigos- Concluiu cabisbaixo deixando o curió muito triste.

Passaram-se dias e dias, nenhum dos dois cantava o que deixava o moleque que os aprisionou desanimado.

Uma manhã apareceu um gato que olhava as gaiolas e lambia os bigodes, com certeza sentindo o gostinho daqueles pobres passarinhos.

Os dois prisioneiros não sabiam quem mais deixavam apavorados se aquele bichano esfomeado ou a maldade dos humanos.

O tempo passava os dois combinaram não abri o bico nem se o canto fosse de tristeza, ficariam mudos e passarinho que não canta não serve para criar.

Assim aconteceu, o curió armou um plano, o azulão cantaria ele ficaria mudo, de inicio o azulão não concordou, mas ao saber de tudo fez o que o amigo decidiu.

E foi melhor do que esperavam, o moleque malvado de tanto tentar que o curió cantasse para que fosse vendido por um bom dinheiro e nada conseguindo abriu a porta da gaiola e soltou, melhor que continuar aqui comendo sem nada fazer- Disse o garoto sem saber que foi um belo plano.

- Não vou alimentar um passarinho que não sabe cantar. Vá aprender, amanhã irei pegar um verdadeiro cantor, disse confiante de que conseguiria. Olhando para o azulão sorriu contente com a beleza do seu canto.

O curió foi apressado avisar a todos os planos do moleque e assim seguiram para onde o azulão estava preso, assim que o moleque saiu com uma gaiola o bando facilmente abriu a porta da gaiola libertando o amigo que juntos voaram de volta a liberdade.

Daquele dia em diante ficariam longe da maldade humana.

Irá Rodrigues

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irá rodrigues
Enviado por irá rodrigues em 19/07/2019
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