PEDRINHO E O MINOTAURO

A aventura continua...

Era quase inverno e a chuva insistia em participar da nova aventura de Pedrinho, aquele garoto sonhador que era apaixonado pelas figuras mitológicas e pelos seres mágicos de diversas naturezas... O alvorecer nascia mais tarde nesse período do ano e assim, Pedrinho continuava recolhido em seu leito, já que não podia se aventurar na casa da árvore, devido ao frio que estava congelante. Porém naquela manhã, quase de inverno, o clima começou a mudar e um magnífico arco-íris apontou por trás do resto da neblina e tingiu de várias cores o céu deixando o cenário novelesco. O garoto pulou da cama e logo percebeu que uma nova aventura estava surgindo com a magia daquele arco-íris...

De repente, o silêncio foi quebrado e o garoto começou a ouvir os gritos da sua mãe lá no quintal:

- Pedro da Silva, venha aqui, por favor!

- Mamãe, o que houve?! Por que tantos gritos? Eu estava dormindo tão sossegado e acordei com a senhora berrando. Exclamou Pedrinho.

- Pedro da Silva, deixe de mentiras! Então, o que aquele livro está fazendo ali?! Disse-lhe Dona Edite.

O garoto ficou sem jeito e foi buscar o livro que estava escondido por trás da moita, no mesmo esconderijo de sempre, no quintal da velha casa. Segurou-o bem firme, pois estava com medo de olhar o título; logo, criou coragem e olhou a capa do livro e leu o título compassadamente: “A Lenda do Minotauro”. O coração do garoto ficou acelerado e ele pensou consigo mesmo: “Essa aventura não estava em meus planos”. Sabe-se que: “O Minotauro (touro de Minos) é uma figura mitológica criada na Grécia Antiga. Com cabeça e cauda de touro num corpo de homem, este personagem povoou o imaginário dos gregos, levando medo e terror. De acordo com o mito, a criatura habitava um labirinto na Ilha de Creta que era governada pelo rei Minos”.

O garoto abriu o livro, ficou um pouco tonto e sua vista escureceu... Pedrinho despertou em um lugar estranho, era um corredor longo e sombrio que se subdividia em diferentes caminhos; o local parecia até um Labirinto. O menino ficou muito assustado sem saber o que fazer. Foi quando ele escutou uma pessoa pedindo socorro: “Socorro, alguém me ajude, por favor!”... O Eco vinha de várias direções, dificultando a localização daquela voz, Pedrinho virou à esquerda e, deu de cara com um garoto mais ou menos da sua idade; o jovem estava caído ao chão e tinha sua perna direita machucada. Ele assim que viu Pedrinho foi logo falando:

- Amigo, eu estou morrendo de dor! Sou Abel e fui enviado para ser sacrificado e devorado pelo Minotauro.

- Meu Deus, que tristeza! Eu me chamo Pedrinho. Onde estamos? Perguntou-lhe Pedrinho.

- Ah, você não sabe! Estamos na Ilha de Creta, dentro do Labirinto do Minotauro. Respondeu-lhe Abel.

- Uau, na Ilha de Creta! Será mesmo uma grande aventura! Não se preocupe, pois pensaremos juntos. Disse-lhe Pedrinho.

O garoto Pedrinho já era acostumado a decifrar enigmas e sair ileso dos intermináveis labirintos virtuais da sua notável imaginação. Ele tinha muita astucia e quanto mais complicada parecia àquela situação, ele se sentia mais confiante e procurava alegrar o novo amigo histórico. Assim, Pedrinho falou para Abel:

- Amigo Abel, se Teseu com ajuda de Ariadne conseguiu vencer o Minotauro, certamente nós conseguiremos também, mas sem precisar derramar sangue de ninguém. Explicou-lhe Pedrinho.

- Como assim? Perguntou-lhe o novo amigo.

- Nós iremos enganar esse tal de Minotauro, depois sairemos do Labirinto e nossa história terá um final feliz.

Os dois seguiram em busca do destino, o confronto com o Minotauro... De repente, eles ouviram um mugido estranho, tão alto que parecia até um grito monstruoso; eles estavam aterrorizados, mas confiantes na sorte... Pedrinho colocou sua mão direita no bolso na calça e percebeu que tinha duas barras de chocolates e pensou: “Os chocolates serão os nossos passaportes”. Pedrinho nem teve tempo de terminar o seu pensamento, ele deu de cara com o monstruoso Minotauro, uma figura lendária de cabeça de boi e corpo de gente. Pedrinho pegou uma das barras de chocolate e falou:

- Ei, figura mitológica, não sou inimigo! Eu tenho duas barras de chocolates e quero negociar contigo? Eu te darei os dois chocolates em troca da nossa liberdade, a minha e a do meu amigo Abel. Uma troca bem justa! Você não é muito feio como eu pensava! Disse-lhe Pedrinho.

Pedrinho entregou um chocolate ao Minotauro, que o saboreou em menos de um segundo, e disse-lhe que somente daria o outro quando eles saíssem do Labirinto... Assim, o Minotauro foi andando e parou exatamente em um caminho sem saída. O garoto Pedrinho e seu amigo apoiaram-se na parede que se abriu como um portal, ele entregou o segundo chocolate ao Minotauro, segurou firme o braço do amigo Abel e os dois saíram do Labirinto.

Pedrinho despertou com os gritos da sua mãe:

- Pedro da Silva, o almoço está servido! Favor, lavar as mãos!

Pedrinho fechou o livro, colocou-o na estante e foi almoçar. A aventura de Pedrinho teve um final feliz.

Elisabete Leite – 16\05\2019

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