Uma lagarta
Numa manhã de frio, uma pequena lagarta amarelo-fogo decide descer do tronco da árvore onde está.
Puf- puf arrasta o corpo peludo em direção ao chão. Encolhe-se, estica-se nas pedrinhas enquanto vai deixando para trás alguns dos pelos da pele. Mas continua firme na decisão de seguir em seu caminho pelo chão.
Súbito, inicia-se uma chuvinha.
Ping- ping, ping- pong as gotas d'água vão aumentando. A lagartinha nota que está sendo arrastada para debaixo das pedrinhas e se desespera.
"Snif- snif" chora calada a lagarta. E de seus olhinhos as lágrimas pendem misturando- se com a água que escorre no chão.
– Que fazer agora? – fala para si mesma.
Então, num ato de coragem, ela se enrosca numa pedrinha e fica quietinha, bem agarradinha.
E se o coraçãozinho dela ficou aflito, nem mesmo assim ela deixou de lutar pela salvação.
Essa batalha durou somente alguns minutos, contudo para a lagarta pareceram horas! Mais ainda: quase morreu de fome!
É por essa razão que uma lagarta nunca desce da árvore ou outro local longe do chão onde está, em ocasiões de chuva - ela pode ser levada na enxurrada.
E nem todas podem ser agraciadas como a lagarta amarelo- fogo, que apenas levou de lembrança desta história a perda de alguns de seus pelos e uns poucos arranhões. E considerou- se feliz com isso, pois já ao meio-dia mastigava umas folhas num galho de um cajueiro.
Início da tarde –
Nas árvores do quintal
Alguns passarinhos