AS LETRINHAS MÁGICAS

Era uma vez uma linda menininha que tinha os cabelos tão loiros que pareciam até cabelos de milho, ela morava em uma casinha bem afastada da cidade, um local esquecido pelas pessoas, um pedacinho de chão no meio do nada, cercado por terra e muita vegetação. Ela era proveniente de uma família humilde e sua mãe precisava trabalhar muito para sustentar a sua família. O seu pai morreu quando a menina ainda era pequenina e atualmente a garotinha, de sete anos de idade, vivia com sua mãe e sua avó materna naquele cantinho singelo, porém bem acolhedor...

A menina Alice, que carinhosamente a sua avozinha chamava de Cachinhos de Milho, era o encanto da casa, vivia suspirando pelos cantos, pois ela queria a todo custo ir à escola, queria aprender o ofício da leitura, mas devido à distância do local onde ela morava, aprendia o ABC com a sua mãe que pouco conhecia as letras. Cachinhos de Milho todas as noites, ficava debruçada na única janelinha da casa aguardando por um milagre que caísse do céu. Ela avistava de longe quando a sua mãe vinha chegando dos campos de milharal, da lida diária, e corria para abraçá-la.

Um dia Alice chegou atrasada para sua rotina na janela, pois ficou ajudando sua avozinha a ralar o milho para a canjica do jantar e não percebeu que sua mãe já havia chegado. Ela estava concentrada admirando o deslumbrante luar que brincava de esconde-esconde por entre as nuvens no céu e sorria para as estrelas que cintilavam a brilhar. Foi nesse clima de perfeição que o silêncio foi quebrado pela voz suave da sua querida mãezinha:

- Cachinhos de Milho, eu tenho uma surpresa para você!

- Mamãe, eu não vi a senhora chegar! Eu estou feliz agora, surpresa fiquei eu em vê-la aqui, tão pertinho de mim. Senti tanta saudade da sua presença! Exclamou a pequena menina.

- Filhinha, hoje eu consegui vender bastante milho no vilarejo e por lá encontrei um senhor bondoso que me deu uma caixinha de presente. Ele me disse que era para minha filhinha, falou que na caixa havia várias letrinhas mágicas que iriam facilitar à leitura de qualquer criança. Disse-lhe sua mãe.

- Uau mamãe, que maravilha! Eu quero ler de verdade, ter a chance de viajar pelo mundo da magia, reconhecer as letrinhas em qualquer lugar e juntar as diferentes letras do Alfabeto e formar novas palavras. Disse-lhe Alice.

Logo depois, sua mãe entregou-lhe uma caixa toda colorida, que brilhava no escuro, mas ela falou para Alice que a caixinha para ser aberta precisava de um código de acesso, uma palavra mágica que ela desconhecia qual era, e que Alice precisava descobrir para poder abri-la. A menininha arregalou os seus olhinhos e falou para sua mãe:

- Obrigada mamãe! Pode deixar comigo que vou descobrir bem rapidinho, pois a minha vontade de lê é enorme, eu vou conseguir. Falou e saiu correndo para um cantinho qualquer no escuro daquela noite, com aquele objeto que balançava em suas mãos.

Cachinhos de Milho segurava firme aquela caixinha reluzente, apertava com tanta força na esperança que um milagre acontecesse e, a caixa se abrisse. De repente, ela pensou consigo mesma: “Já sei qual é a palavra mágica!” e assim, falou em voz alta: “AMOR” e como um passe de mágica a caixinha se abriu e lá foi saindo o ALFABETO completo, vogais e consoantes, uma a uma as letrinhas mágicas foram viajando pela sua mente e pouco a pouco foram formando palavras, frases e textos... A garotinha não se continha de tanta felicidade, ela repedia as palavras que saiam do nada, parecia até um milagre e vai escrevendo tudo que sua mente ordenava: “A de ambulância, B de búfalo, C de casa”. Assim, as letrinhas saltitavam da caixa se uniam e formavam novas palavras. Cachinho de Milho correu para contar a novidade a sua mãe e avó, ela chegou à cozinha eufórica e não parou mais de falar:

- Vovó, mamãe, eu estou lendo tudo! As letrinhas são mesmo mágicas e eu já consigo escrever e ler qualquer palavra.

- Minha filha, que felicidade! Por favor, leia alguma coisa para gente!

A garotinha escreveu uma frase e depois leu em voz alta: “Vovó e mamãe são as minhas melhores amigas”. Era o momento certo para a sua avó falar e elogiar sua netinha:

- Cachinhos de Milho, nós estamos orgulhosas de você! Eu também tenho uma surpresa para te falar. Eu matriculei você na escola do vilarejo e, de amanhã em diante eu irei te levar e buscar no colégio todos os dias. Disse-lhe sua avozinha.

Uau, eu amo muito vocês! Exclamou Alice.

E assim aconteceu, a garotinha começou a estudar na escola do vilarejo e em pouco tempo já estava integrada aos conteúdos programáticos e a mesma não teve nenhuma dificuldade na aprendizagem dos mesmos.

Os tempos passaram e Cachinhos de Milho tornou-se professora do vilarejo. Quando ela percebia que algum estudante estava em dificuldade na leitura ela abria a sua caixinha colorida e as letrinhas mágicas viajavam pela mente do aluno facilitando sua aprendizagem. E assim, todos foram felizes para sempre.

Até a próxima aventura amiguinhos!

Elisabete Leite – 14\03\2019

Elisabete Leite
Enviado por Elisabete Leite em 16/03/2019
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