Certa vez, uma Formiguinha distraiu-se e deixou-se apanhar por um nevão.
Achando-se presa, pediu:
- Ó Neve, que és tão grande, que iluminas o Chão, que o meu pèzinho prende, deixa-me seguir em frente!
Mas a Neve não deixou.
A Formiguinha tinha muito frio, e suplicou:
Ó Vento, que arrastas a Neve, que ilumina o Chão, que o meu pézinho prende, deixa-me seguir em frente!
- Mas o Vento nem escutou.
Começava a ficar roxa, a Formiguinha. Bem tentava soltar o seu pézinho, mas não conseguia. Voltou-se para o Céu:
- Ó Céu, que és tão grande que abrigas o Vento, que traz o Frio, que provoca a Neve, que ilumina o Chão, que o meu pézinho prende, deixa-me seguir em frente!
- Mas o Céu tinha muito o que fazer e nem reparou.
Já sentia que as forças lhe faltavam, quando um raio de Sol apareceu.
A Formiguinha, em desespero, gritou:
- Ó Sol, que és tão poderoso que fazes brilhar o Céu, que deixa passar o Vento, que traz o Frio, que provoca a Neve, que ilumina o Chão, que o meu pézinho prende, deixa-me seguir em frente!
O Sol abriu um grande sorriso no Céu, que parou o Vento, que abrandou o Frio, que derreteu a Neve, que deixou um sulco no Chão
e a Formiguinha pôde enfim soltar o seu pézinho e seguir em frente!




Conto tradicional português, na versão de Maria Petronilho
19/02/2019