A MENINA E O POETA COLIBRI

Mês de janeiro, período de férias escolares, a linda garotinha Maria Emília, passava essa boa temporada na casa da sua avó, nas montanhas, em um local bem simples, porém muito aconchegante, era uma choupana com chaminé, janelas coloridas e porta protegida e camuflada por parreiras de uva e maracujá, a casa era cercada por um belo jardim com rosas de diferentes tonalidades e, os diversos pássaros visitavam diariamente aquele local. O cenário era encantador, a magia da paisagem, fazia tudo acontecer...

A rotina de Maria Emília era sempre a mesma: acordava ao alvorecer, quando o sol ainda se despedia da lua, lá por trás dos montes, ela levantava correndo para abrir à janela e poder contemplar os pássaros que gorjeavam felizes pelo jardim... Em certa manhã, Emília ouviu uma melodia diferente que parecia até o som de um violino, de tão suave que era. Logo, ela avistou um magnífico Colibri, que pairava no ar de flor em flor, ele bailava para frente e para trás, de repente, ele posou na janela e ficou lá cantando para a garotinha que olhava para ele totalmente deslumbrada, pois o pássaro queria contar-lhe um segredo, procurava a todo custo se comunicar:

- Ei, psiu! Eu posso mudar de forma linda menina. Disse-lhe o Colibri, batendo as suas asinhas.

- Uau, bela ave, você pode falar comigo! Disse-lhe Emília.

- Você sabe, que eu posso me transformar em um herói, um grande guerreiro e salvar à humanidade da fome. Continuava falando-lhe o pássaro.

- Poxa, que linda ação! Por favor, continue cantando para mim, pois quero ouvir, novamente, a sua suave canção! Emília falou-lhe.

Assim, o Colibri pôs-se a cantar uma linda e suave canção:

...Estou aqui de passagem,

Venho cantar essa canção

É meu canto de mensagem

O som migra até o coração... Bis...

Emília permanecia de olhos fechado para sentir a suavidade do som, mas quando abriu os seus olhinhos, o pássaro não estava mais na janela. A menina ficou muito triste, parou de sorrir, pois queria continuar conversando com o seu novo amiguinho, o lindo Colibri. Mas, a tristeza logo passou, a menina ouviu uma voz bem próxima à porta, era o Colibri que havia se transformado em um jovem guerreiro e, foi logo falando:

- Não fique triste menina linda, eu sou o guerreiro colibri e preciso continuar voando, germinando a semente do Amor por aí. Vou recitar uma Poesia, um Soneto, para você nunca mais se esquecer de mim. E pôs-se a declamar o Soneto:

SEMENTE DO AMOR

Caminhando pelos jardins da vida,

Contemplando o verde da natureza

Lá encontrei uma semente perdida

Podia ser uma árvore de rara beleza...

Plantei e reguei a semente, toda hora

Na esperança de colher bons frutos!

Protegendo-a do sol, do frio da aurora,

Da chuva forte, até dos ventos brutos...

O broto nasceu e cresceu sem demora

A árvore se tornou um local acolhedor,

Sua sombra cobre tudo que fica por fora...

Sua imagem é um verdadeiro esplendor

A árvore é uma amiga, um abrigo agora

O que encontrei, foi uma semente do Amor. (Elisabete Leite)

-Uau, que linda é a sua poesia! Você é um verdadeiro herói, um grande Poeta Colibri, pois consegue encantar a todos com seus belos versos e a sua linda voz. Disse-lhe Emília, quase chorando de tanta emoção.

- Agora, preciso me despedir de você Emília, saiba que não será para sempre, voltarei para te visitar diariamente, minha amiga, estarei a voar por esse jardim. Agora feche os seus olhos, mais uma vez, e acredite em mim. Disse-lhe o guerreiro.

Logo, Emília fechou os olhos e quando os abriu viu o seu amigo Colibri pairando sobre o botão da flor, bateu as suas asinhas e para bem longe ele voou. A menina fechou a janela e adormeceu tranquilamente, foi despertada horas depois pela voz suave da sua avozinha que dizia:

- Emília, venha aqui, olhar que linda flor!

A menina correu para o jardim e ficou a contemplar o esplendor de uma rosa que acabara de desabrochar. E falou para sua avó:

- Uau vovó, que linda, pois ela era apenas um botão, que por amor, se transformou em uma flor!

Todos os dias Emília recebia a visita daquele Colibri em seu jardim, ele pairava magnificente no ar e cantava para ela poder dormir. Assim, foi a historinha da Menina e o Poeta Colibri.

Elisabete Leite – 21\01\2019

(O Conto foi construído para homenagear a todos os Poetas e Poetisas do Recanto das Letras, com todo o meu carinho e apreço).

Elisabete Leite
Enviado por Elisabete Leite em 31/01/2019
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