ERA UMA VEZ.
O sapo Lelé estava tranquilo sentado à beira do riacho, sentia-se feliz, pois logo chegariam às trovoadas, encheria os rios, riachos e açudes. Assim não precisava ficar pulando de lado a lado em busca de lugar fresco.
Foi quando resolveu se mudar para um lago perto de um sitio, quando encontrou um porquinho se banhando numa poça de lama:
- Olá sapo, que está fazendo nessa pressa toda? Com todo esse calor não deveria está refastelado dentro de uma água fria? – Indagou o porquinho.
- Estou me mudando para o lago, assim quando as chuvas chegarem não preciso me ariscar em descer as correntezas do riacho. Respondeu o sapo.
- Mas você não parece bem. Deve ser esse calor. Ou estou enganado? Perguntou o porquinho.
- Não sei, tenho vontade de ficar tranquilo sem precisar sair por ai pulando. Parece que tem algo reclamando dentro de mim... Disse o sapo.
Sem mais querer conversas o sapo seguiu seu caminho, a terra estava esquentando e precisava chegar logo ao grande lago e mergulhar nas águas geladinhas.
No meio da vegetação saiu o coelho pulando, parou ao ver o sapo e foi cumprimentar:
- Olá amigo sapo. O senhor não parece bem, disse o coelho ao ver que o sapo tremia não de frio e nem de calor. Venha entre um pouco em minha toca, lá está bem fresco e vai se sentir melhor. Convidou o coelho.
O sapo estava mesmo se sentindo estranho e foi entrando na casa do coelho que lhe serviu uma gamela de água onde pode tomar um rápido banho para se refrescar.
- Estou mesmo muito estranho, disse o sapo. Uma hora sinto muito calafrio, na outra estou morrendo de calor, aqui dentro parece que tem um tic. Tac que não para...
O coelho com a sua experiência, parou um pouco, suspirou e disse:
- Calafrio, calor, coração batendo acelerado. O amigo deve está apaixonado e nem descobriu isso.
- Eu apaixonado! De onde tirou isso? Da sua cartola de mágico? Ou é um feiticeiro da floresta? Disse o sapo com seu olhar esbugalhado.
- Sim amigo deve está mesmo apaixonado por alguma sapinha que deixou lá no rio. Disse o coelho com autoridade.
O sapo de repente lembrou-se da Judite a sua amiga sapinha,
- Eu estou apaixonado! Pulava, pulava. Preciso voltar ao rio e encontrar a minha pretendente.
O sapo não tinha tempo a perder, pensativo e feliz, não sabia escrever, mas com certeza teria palavras belas para dizer a sua querida Judite. Quando caiu a noite, o sapo chegou ao rio e foi direto procurar a sua futura noiva, lá estava ela sentada numa pedra observando a lua.
Devido à emoção. O coração fazia bum...bum... as pernas tremiam a coragem sumiu, resolveu ir dormir, na manhã cedinho iria ter com ela.
E assim que o dia clareou correu no campo colheu um lindo ramalhete de flores, ia oferecer à sapinha, sem duvida iria adorar.
Quando chegou à porta da casa não teve coragem de bater e se ela não o aceitasse. Pensou triste e indeciso.
Os dias seguintes o sapo fazia de tudo para chamar a atenção da sapinha. Acordava cedo malhava, pulava cantava e depois mergulhava no rio se sentindo um galã apaixonado.
A sapinha de longe observava e pensava:
- Será que o sapo está ficando maluco? E se cair vai se quebrar todo, ou quem sabe ter uma torção e ficar sem andar.
O sapo já mais animado naquela tarde tomou banho se perfumou, comprou bombons e levou para Judite, dessa vez a coragem não lhe abandonou e ao encontra-la foi logo se declarando.
A sapinha que esperava ansiosa por esse pedido desequilibrou-se e caiu direto nos braços do sapo que imediatamente amparou sem deixá-la cair.
Então, finalmente os dois sentiram os corações juntinhos fazer tum...tum..tum...
A partir daquele dia amam-se perdidamente sem se separarem um só minuto.
Autoria- Irá Rodrigues
http://iraazevedo.blogspot.com.br/
Diretora Internacional da divisão de Literatura Infanto-juvenil