A DISPUTA ENTRE O PERU E O PAVÃO

O dia no sitio amanhece com um clima bem pesado, ainda no galinheiro aquele cochicho de ouvido a ouvido, todos se escondendo para observar de pertinho aquela disputa. Um pavão muito do metido e pomposo gritava ser o mais lindo do terreiro capaz de encobri toda a feiura do peru.

Aquele dia o peru estava disposto a reunir todas as galinhas, galos, peruas, patos marrecos e gansos e outros bichos de penas que viviam ali no sitio e corriam o risco de serem servidos nas mesas dos patrões. Ele afirmava que daquele dia em diante não haveria mais maldades entre as aves, os domingos que ficassem sem o almoço da galinha ao molho pardo, nem os patos assados servidos nos jantares, pior ainda não haveria perus nas ceias de natal, ou entraria em greve e sairiam dali para viverem no meio da floresta, seria melhor serem obrigados a lutar por sua comida que ser bem alimentados e terminarem numa panela ou tostando num forno.

O pavão todo metido dá um grito agudo discordando da proposta do peru e diz:

- Aqui o único que não foi criado para servir de alimento foi o pavão, ave ornamental e delicada então pare de falar besteira e aceite o seu fim, - Servido na noite de natal. – Completou o pavão com seu grito agudo,

O pavão foi vaiado por todos os animais até os passarinhos chegaram para criticar o metido. Depois os galos aplaudiram o peru apesar de não confiarem nas suas promessas resolveram ouvir com atenção, pois estavam cansados de ver suas amigas galinhas serem mortas para servirem nos almoços de domingo.

Decidido o peru convidou todos a seguir com ele até um local seguro da floresta para conhecerem o sabor de viver em liberdade.

E assim seguia o peru sendo seguido por todas as galinhas e galos menos o pavão que do alto da cerca do curral observava tudo. Quando se aproximou de uma mata bem fechada cheia de folhagens verdes, o peru pediu que todos fizessem silêncio e seguissem sem fazer qualquer barulho, ao chegar a beira de um riachinho de águas claras entre a vegetação o peru colocou o pé sussurrou algumas palavras e pediu que todos fizessem o mesmo assim a entrada da mata se fechava e ninguém os achariam ali naquele paraíso, e foi o mais lindo espetáculo as folhagens se juntaram formando uma parede protegendo todos dos perigos lá fora.

O mundo a frente era imenso, alimento não faltava nem água e nem sossego para viverem em paz. Foi àquela correria todos corriam pelas campinas era milagre, gritavam as galinhas livres para chocarem seus futuros ovinhos e poder criar seus pintinhos.

O peru satisfeito estufa o peito abre as asas faz aquela dança e canta feliz. -Glu... glu... glu...

- Agora estou feliz por terem confiado em mim e podem esperar eu tenho muito mais coisas boas para mostrar, quero provar que tenho capacidade de ser o rei das aves dessa floresta.

Depois que todos se alimentaram com sementes frescas, as galinhas ciscaram a terra fresca da beira do riacho cataram minhocas encheram o papo e deitaram para tomar aquele banho na areia fofa embaixo da árvore.

Ao olhar para cima uma das galinhas deu aquele grito assombrado, descia da árvore uma enorme cobra com aquela cara de poucos amigos, desceu e sem uma palavra seguiu mata adentro com medo ser disputada pelos bicos daquele batalhão de aves.

Enquanto todas as aves se refastelavam felizes pela liberdade o galo Zé que até então esteve em silêncio subiu na árvore e ficou a observar desconfiado de que alguma coisa estava para acontecer, foi caminhando por entre a vegetação quando viu sentada num tronco uma raposa com uma sacola colocando alguns passarinhos, Pensou: Se essa raposa pega passarinhos imagine que banquete não faria ao encontrar o nosso grupo e voltou o mais de pressa para dar a má notícia, ao se aproximar já colocando a língua de fora foi logo espalhando o que viu causando terror em todas as aves.

- É mentira, o galo está com inveja por eu ser o chefe e rei das aves, aqui nessa floresta não tem raposa muito menos bichos que se alimente de aves. – Gritou o peru estufando o peito.

Posso garantir a todos eu confiei nesse peru, mas ele é um trapaceiro e mentiroso, bem que o pavão tinha razão, estamos todos em perigo. Gritou o galo nervoso batendo as esporas.

O galo decidido avisou que voltaria para o galinheiro de onde nunca deveria ter saído, ele era o rei do terreiro e relógio para despertar o dia, como foi confiar num peru que só queria disputar com o pavão.

As galinhas lembraram-se dos seus pintinhos que ficaram presos, da alegria nos olhos da patroa ao vim colher os ovos. Decididas acompanharam o galo de volta para onde nunca deveriam ter saído.

A raposa se aproximava movimentando a vegetação o que aumentava ainda mais o medo e acelerando a correria,

A vida no galinheiro voltou ao normal dali não sairiam nem que para isso terminassem na panela.

Irá Rodrigues

irá rodrigues
Enviado por irá rodrigues em 18/12/2018
Código do texto: T6530185
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