JOSEFINA, A PORQUINHA PERALTA

Era uma manhã primaveril suave e acolhedora, no Bosque encantado, um local fascinante e habitado por dóceis animaizinhos, os suínos porcos, porcas e seus lindos filhotinhos. Lá, o arco-íris sempre coloria o céu, que faça chuva ou faça sol, ele tingia o horizonte com suas sete cores brilhantes: vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, anil e violeta, onde as cores apareciam seguindo nesta mesma ordem...

A adorável porquinha, Josefina, vivia sorrindo do nada, ela aprontava o tempo todo, sempre em companhia dos irmãozinhos Téo e Leo. Josefina era diferente dos outros porquinhos, ela era bem franzina, tinha cor rosa claro, quase transparente e, era atrapalhada por natureza, enquanto os seus irmãos eram robustos e serenos, viviam dormindo pelos cantos da horta. Porém, onde se ouvisse: “Oinc, oinc, oinc... oinc, oinc, oinc...” era a porquinha sorrindo e aprontando alguma coisa. Sua mãe chamava sua atenção o tempo todo, de minuto a minuto estava dona Dora reclamando dela.

- Ó Josefina, venha aqui! Que filhotinha mais teimosa! Venha aqui, já! Assim, sua mãe ficava repetindo em voz alta.

- O que foi dessa vez, mamãe?! Eu não fiz nadinha de nada. Sou completamente inocente de qualquer coisa. Respondeu-lhe Josefina, sorrindo sem parar.

- Então, quem sujou o terraço todinho de lama?! Pergunta-lhe sua mãe, com o semblante bem fechado.

- De lama?! Não fui eu! Deve ter sido Téo e Leo, pois eles vivem dizendo que a lama é medicinal para nossa pele, mamãe querida. Respondeu-lhe a peralta porquinha e saiu sorrindo: “Quiiiimmm, quiiiimmm, quiiiimmm... quiiiimmm, quiiiimmm, quiiiimmm...”

Sua mãe ficou parada, gritando pelos seus irmãos. Logo depois, só se ouvia os gritos de Téo e Leo no terraço de casa: - Não fui eu, mamãe! E nem eu, mamãe! Eram os coitadinhos se defendendo das armações de Josefina.

Logo mais à tardinha, quando o sol se despedia das nuvens, com beijos e abraços avermelhados, ele se escondia por entre os coqueiros daquele deslumbrante Bosque. A travessa Josefina foi procurar seus irmãos para mais uma trela do dia, ela queria convidá-los para um passeio noturno...

Os fofinhos Téo e Leo estavam descansando tranquilamente na horta, eles se deliciavam com o aroma agradável, do tomate-cereja, do alecrim, do couve e do coentro, quando são despertados pela irmã Josefina:

- Olá, Téo e Leo! Vamos passear hoje à noite? Tenho um lugar especial para gente visitar, é um lamaçal térmico, uma delícia de local, pois a lama de lá é quente, acalma a pele e fortifica nossa carne. É pura proteína natural!

Os dois porquinhos ficaram desconfiados e temerosos, pois eles tinham medo das armações da irmã peralta, mais resolveram aceitar o convite:

- Olá Josefina, nós iremos com você! Eu só espero que você não apronte conosco. Respondeu-lhe Téo pela dupla.

Já era noite quando os três irmãos pularam o janelão da sala e seguiram em direção ao mar de lamas. Josefina e os irmão vão soltando pedras pelo caminho, para facilitar o retorno deles para casa, eles seguem em frente e vão sorrindo, estavam muito felizes: “oinc, oinc, oinc... oinc, oinc, oinc...” era o grunhido (o som emitido pelos adoráveis animaizinhos). Chegando lá, a peralta Josefina foi a primeira a pular no lamaçal, jogando lama preta para todo lado, como era franzina e maneira ficou lá flutuando. Já, Téo e Leo eram pesados e afundaram naquele lamaçal, a linda porquinha nem percebeu o perigo que seus irmãos estavam correndo, pois na escuridão da noite, a penumbra era tanta que dificultava sua visão. De repente, ela escuta um pedido de socorro: - Socorro! Josefina nos ajude, por favor! E ela ficou chamando pelos irmão: - Téo e Leo, cadê vocês? Josefina saiu do lamaçal e ficou implorando para os irmão saírem, Mas, a lama era fofa e eles eram pesados, os porquinhos não conseguiam sair sozinhos. Josefina ficou desesperada, ela já ia correndo à procura de ajuda quando escutou seu pai chamando-os: - Fina, Téo, Leo, onde estão vocês?! E ficou repetindo sem parar, até que ouviu a voz de filhotinha chamando por ele. Assim, seu pai veio correndo, retirou seus irmãozinhos do lamaçal e voltaram para casa.

Quando tudo se normalizou, a peralta Josefina foi ao encontro do seu pai, que estava pensativo no terraço, ele ainda estava atordoado pelo terrível acontecimento. A porquinha se aproximou e perguntou-lhe:

- Papai querido, como o senhor encontrou o lamaçal? A culpa foi toda minha, os meus irmão são inocentes. O senhor me perdoa?

- Josefina, eu fui seguindo as pedrinhas que vocês deixaram pelo caminho. Minha querida, os três erraram e são culpados; você porque chamou seus irmão e eles porque concordaram. Agora, vocês ficarão de castigo e nunca mais sairão de casa sozinhos. Josefina, você sabe que poderia ter acontecido uma tragédia...

O sol já brilhava magnificente no céu quando os lindos filhotinhos conseguiram dormir, eles estavam tão cansados que nem assistiram ao espetáculo do arco-íris tingindo o céu, com a sua aquarela de cores e pitando as nuvens que bailavam ao léu.

Os tempos passaram e os três irmãozinhos cresceram saudáveis e responsáveis. Josefina ajudava os irmãos nas atividades escolares e sua mãe nas tarefas de casa. A rotina deles eram contemplar o arco-íris colorindo o céu.

A vida sempre passa edificantes lições, portanto cabe a nós colocá-las em prática.

Até a próxima aventura, amiguinhos e amiguinhas!

Elisabete Leite – 29/09/2018

(Conto em homenagem ao dia das crianças)

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Elisabete Leite
Enviado por Elisabete Leite em 08/10/2018
Reeditado em 08/10/2018
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