AS TRAVESSURAS DE CARLINHOS

Carlinhos era um garoto levado, adorava pregar peças nos empregados da casa e em seus amigos. Os empregados já estavam cansados de suas brincadeiras, mas Carlinhos não se cansava de aprontar, as suas brincadeiras não tinham limites. Ele estava sempre criando, novas formas de aprontar.

Carlinho sempre conseguia surpreender Marizilda, sua empregada, com suas travessuras. Um certo dia colocou chiclete dentro dos sapatos dela. Às vezes, ele colocava um sapo na gaveta do armário de Marizilda, que tomava o maior susto quando abria a gaveta e o sapinho assustado pulava em cima dela. Por mais que ela tentasse, não conseguia se controlar e sempre caia nas armadilhas de Carlinhos. Era inevitável o susto cada vez que se deparava com as insistentes travessuras do menino.

Ele era muito inteligente, e não repetia as brincadeiras e travessuras, pois isso eles não conseguiam descobrir a tempo e evitar o susto. Os empregados e seus amigos não aguentavam mais cair em suas armadilhas. Carlinhos se divertia muito, dava altas gargalhadas quando os via assustados.

Cansados de suas brincadeiras, os empregados reuniram-se com os amigos de Carlinhos e decidiram bolar um plano para pregar uma peça nesse menino levado. Mas como disse anteriormente, ele era um garoto astuto e esperto, era difícil conseguir enganá-lo. Já haviam tentado algumas vezes, mas ele sempre descobria e dava um jeito da brincadeira se voltar contra eles. Eles precisavam planejar tudo com muita discrição, ele não podia desconfiar de nada. De qualquer modo eles precisavam acabar de uma vez por todas com as gozações de Carlinhos.

Por outro lado, sabiam que seria muito difícil, pois já haviam tentado outras vezes e nunca conseguiram pegá-lo. Mas desta vez estavam esperançosos, fariam algo inteligente e inusitado, que faria Carlinhos deixar de vez as suas travessuras sem graça.

Carlinhos gostava de qualquer tipo de animal, não podia vê-los nas ruas que queria recolhe-los e leva-los para casa. Cuidava dos animais com muito carinho. Apesar de suas brincadeiras, ele era uma criança dócil e bondosa, tinha um coração de ouro. Isso era o que dizia a sua mãe, sempre que ele aprontava. Era a forma que ela encontrava para pedir desculpas por ele.

Marizilda conhecia Carlinhos muito bem, cuidava dele desde que nasceu, conhecia os seus gostos e preferências. Sabia quais animais ele mais gostava, qual a sua cor preferida, o seu doce favorito, as guloseimas que ele gostava, enfim, sabia tudo de Carlinhos. Sorvete de chocolate com bastante cobertura era a sua sobremesa predileta. Mas amava o bolo de cenoura com cobertura de chocolate que ela fazia.

Pensando nas delícias que Carlinhos adorava, Marizilda teve uma grande ideia, resolveu preparar um bolo de cenoura para ele. Quando Carlinhos veio à cozinha e viu aquele maravilhoso bolo sobre a mesa, não teve dúvida e imediatamente pediu a Marizilda para cortar uma fatia para ele. O bolo estava delicioso e ele pediu mais um pedaço. Quando ela foi cortar o segundo pedaço de bolo, deu um grito de dor. E tentou disfarçar a sua dor, escondendo as mãos atrás de seu corpo. Mas o menino estava tão envolvido comendo o bolo que esqueceu a empregada. De repente, sentiu algo estranho na boca, olhou para Marizilda, o sangue escorria pelos seus dedos. Enojado cuspiu o pedaço de bolo que estava mastigando longe. Quando olhou percebeu que era um pedaço de dedo. - Ah que nojo! Lançou fora tudo que havia comido. Passou muito mal, em seu rosto era possível ver diversas cores, amarelo, roxo, vermelho, branco... Marizilda e seus amigos não tiveram tempo de rir, porque estavam assustados, nunca haviam visto Carlinhos daquele jeito.

Após alguns minutos finalmente, Carlinhos conseguiu se conter e ficou enfurecido quando percebeu que se tratava de um dedo de borracha e o sangue que escorria dos dedos dela era catchup. Pela primeira vez ele havia caído na armadilha de Marizilda e seus amigos, mal podia se conter de tanta raiva. Seu rosto agora estava vermelho de tanto nervoso e raiva, não se conformava por ter caído numa armadilha tão tola.

Marizilda e seus amigos finalmente caíram na gargalhada olhando o rostinho vermelho de Carlinhos. Ele não conseguia se perdoar por ter sido tão idiota ao cair numa armadilha, que segundo ele era nada menos que tola, boba. Mas para Marizilda era algo maravilhoso, estava maravilhada, finalmente, sozinha conseguiu pregar uma peça em Carlinhos. Ele caiu como um patinho.

Carlinhos não gostou da brincadeira, mas depois percebeu que não poderia zangar-se com Marizilda. Ela simplesmente retribuiu a brincadeira usando as mesmas armas que ele já estava cansado de usar contra ela e seus amigos. Deixou a ira e o nervoso de lado e quis saber tudo sobre a preparação da armadilha, quem participou, de quem foi a ideia? Etc, etc. Ela entusiasmada contou todos os detalhes.

Os dois fizeram as pazes, mas acharam melhor acabar com esse tipo de brincadeira antes que alguém se ferisse. Pois, muitas vezes as brincadeiras de Carlinhos machucavam e humilhavam tanto seus empregados, como os seus amigos. Assim decidiram juntos buscar outros tipos de brincadeiras que não ferissem e nem humilhassem ninguém.

Fim

Marsla Araújo
Enviado por Marsla Araújo em 01/09/2018
Código do texto: T6436808
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