A TARTARUGA QUE SABIA DEMAIS
A Dona tartaruga tinha muito conhecimento acumulado durante os seus trinta e cinco anos de vida. Era muito sábia, por isso todos os animais da floresta quando tinha alguma dúvida ia correndo perguntar a Dona Tartaruga, que os recebia e pacientemente respondia todas as perguntas demonstrando muita sabedoria e discernimento.
Um certo dia pela manhã, houve um corre-corre de animais na floresta. Eles corriam alvoroçados pela floresta procurando um lugar seguro para se abrigar. A floresta não era mais um lugar seguro. Eles precisavam encontrar imediatamente um esconderijo, do contrário teriam o mesmo destino do camarada VÊ-VÊ. Quem era VÊ-VÊ? Ora, um veado muito alegre e saltitante, amigo íntimo de Dona Tartaruga. Aliás, a Dona Tartaruga estava desaparecida havia algum tempo. Ninguém sabia exatamente há quanto tempo estava desaparecida. Mas de uma coisa todos sabiam, ela estava fazendo muita falta.
Dona Tartaruga já havia ensinado muitas coisas importantes, mas ela adorava falar sobre a história do Brasil. Já havia falado sobre o Português Pedro Álvares Cabral, o descobridor do Brasil. Informou que Cabral deu o nome a nossa terra de ilha de Vera Cruz. Entretanto, Dona Tartaruga fez questão de esclarecer que Cabral se confundiu ao dar o nome de “Ilha de Vera Cruz”, visto que não se tratava de uma ilha, mas isso é outra história.
Agora a preocupação era encontrar um esconderijo seguro e descobrir o que aconteceu com a Dona Tartaruga. Será que ela havia morrido? Ou será que ela estava escondida? Quem será que matou o camarada VÊ-VÊ? Você sabe? Será que algum caçador deu fim à vida do camarada VÊ-VÊ e de Dona Tartaruga? Você acha que foi isso que aconteceu? Ou você também não sabe? Havia muitas perguntas, mas nenhuma resposta. Ninguém viu, ninguém ouviu nada. Talvez por medo todos preferiam calar-se.
Enquanto isso, em seu esconderijo Dona Tartaruga pensava na tragédia que envolveu o camarada VÊ-VÊ, ela nada pôde fazer para mudar o destino de seu querido e estimado amigo. Ela havia sido testemunha ocular do crime e não podia denunciar o criminoso, ou ela corria o risco de ter o mesmo destino do amigo. Então o que faria? Não poderia se esconder para sempre. Ela precisava tomar alguma atitude. Afinal de que valeria viver se tivesse que ficar escondida o tempo todo.
Ela sabia que sua liberdade não tinha preço. Sendo assim, decidiu sair de seu esconderijo e denunciar o responsável pela morte de seu amigo.
Dona Tartaruga já estava de volta ao convívio de seus amigos. Todos estavam muito felizes e tinham muitas perguntas, inclusive sobre a morte de VÊ-VÊ. Dona Tartaruga contou tudo com muita clareza, denunciando o criminoso e as ameaças que sofreu. Mas afinal, quem matou o camarada VÊ-VÊ? Perguntou um desavisado que acabara de chegar. Ora, eu já disse, foi o camarada Leão. Por quê? E por que não comeu? Porque teve de fugir dos caçadores ferozes, que já havia matado muitos animais e tentavam mata-lo também. E por que se escondeu Dona Tartaruga? Ora, pois, pois... eu estava me escondendo dos caçadores.
Após o esclarecimento da morte do camarada VÊ-VÊ e de muitas emoções, choros, tristezas e alegrias, a vida voltou ao normal na floresta. Todavia, as ameaças de morte ainda são intensas e todos os animais vivem temerosos com os caçadores ferozes que ameaçam suas vidas. O camarada Leão, um predador muito feroz, matou o camarada VÊ-VÊ para saciar a fome, isso faz parte do mundo animal. Porém, os caçadores matam os animais para vender a pele, os dentes, pelo prazer do desafio da caça ou simplesmente para exibir o seu ato heroico aos amigos. Essa matança de animais de forma descontrolada acaba com o equilíbrio natural das espécies, fazendo os animais saírem do seu habitat natural.
Dona Tartaruga teme pela vida de seus companheiros. Ela pede aos amigos que tomem cuidado com os predadores naturais e com os caçadores malvados. Embora ela saiba que o maior perigo vem dos caçadores. Entretanto, ela acredita na bondade do ser humano e sabe que há vários grupos na defesa dos animais da floresta. Assim, Dona Tartaruga alegra a todos com a sua palavra bondosa e cheia de esperança.
Fim