Em tom de descobertas
Uma formiguinha, que era fraca, saiu cedo de casa na intenção de passear. Aaah!
Todos os seus amigos, porém estavam no formigueiro ou fora dele, na labuta diária.
Não foram muitos os lugares por onde andou, que seus pés mesmo sendo em número de seis, eram sensíveis ao forte sol sobre a areia fina e seca do local onde se encontrava.
O principal lugar por onde andou, o que levou cerca de dez minutos por lá, foi uma calçada quebrada, segundo creio, que muito lhe custou sair dali visto que pessoas passavam continuamente – Uhn!
Havia no lugar, uma rua de terra batida e inúmeros atropelos: as crianças da vizinhança, os cachorros, outros animais que moravam pelas redondezas, umas carroças para questões de transportes e caronas de algumas pessoas. Cada pedaço de chão tinha um espaço particular, com risco de pisarem na formiguinha.
Para que não se sentisse uma perdedora lutou com todas as forças em cima da calçada e no meio da rua – na calçada, um precipício galgar os pedaços de cimento após transpor a areia fina e com alguns pedregulhos; na rua, uma batalha desviar-se de pés e de rodas (oof!), afora o temor de ser descoberta pelo faro dos animais.
Do passeio quase não usufruiu: saiu-se mais a tentar sobreviver que a admirar alguma paisagem, ao menos para se distrair por um minuto. Que nada – teve foi sobressaltos e muito medo de não tornar a ver os entes queridos.
Descontente, julgou que seria mais proveitoso e agradável voltar ao trabalho. Talvez conseguisse puxar alguma conversa com uma companheira ou saber de novidades acerca do verão. Ora, quem sabe algum parente não fosse se casar por este final de semana e a convidasse para a festa? Sorrisos e amizades são o que se leva desta vida.
E foi-se para casa: ploc-ploc, ploc-ploc!