Agora, o país é alimento - 1 e 1: Japão!
Simples assim, o enunciado tudo resume: charada novíssima. E geralmente era a primeira que a gurizada aprendia, e, geralmente se amarrava nesse tipo saudável de brincadeira-aprendizado. E que satisfação não era vencer um desafio dessa magnitude.
As nossas primeiras novíssimas chegavam em casa no verso das páginas de calendário da folhinha do Coração de Jesus, que iam sendo retiradas a cada dia. À página de cara, apesar do respeito ao santo padroeiro da data, da fase da lua, e da precisão da data, a gente dava importância mesmo só se as letras fossem vermelhas, ao invés do preto costumeiro, pois eram a indicação de feriado, dia santo, e enfim, dia de folga...
E no verso é que se concentrava toda a nossa atenção, na expectativa de que viessem ou as adivinhações e perguntas, ou as charadas, de preferência as novíssimas, que papai nos repassava, dando suas explicações e incentivando a aprendizagem. Mas longe de favas contadas, o aparecimento das charadas, pois elas tinham que compartilhar espaço com as receitas culinárias, as informações de utlidade doméstica, instruções para plantio e combates a pestilências, etc e tal.
Uma das mais emblemáticas e aparentemente insolúveis era aquela enigmática, de que o Velho se comprazia em incrementar nossa ansiedade: Cinquenta e três Tiros no fio (2-1-3).
Era um quebrar de cabeças danado, geralmente à volta da mesa preta que servia ao corte de costura, à passação de roupas e escrivaninha ao mesmo tempo, e pelo menos uma vez, quando me atacou uma íngua na virilha direita, aos meus sete anos, serviu também de maca improvisada,
para que, mesmo contrafeito por não poder zanzar pela sala, eu pudesse ao menos acompanhar tudinho de nosso BBB infantil...
E aí, leitor, já tem a solução para a charada dos Tiros? Não vá se chocar com sua resposta...