"INFÂNCIA" - A ALEGRIA DA GAROTADA

Poucos conhecem as aventuras do Haroldo. Aqui ele já está recuperado do incidente que houve nos arames farpados que ainda cercavam o nosso grande largo em frente a igreja.

Durante sua recuperação, não perdeu o seu tempo e a ideia era fazer uma grande surpresa para os seus amigos.

Como faltavam poucos dias para a grande festa da inauguração da nova praça de Sapucaia, o Sr. Nelson Miranda dava seus últimos retoques no coreto ao centro do largo e as plantas do jardim já bem crescidas enfeitavam e embelezavam deixando um novo ar de alegria e satisfação aos moradores que moravam nesta nossa terra.

A diversão da garotada era este largo, local onde brincavam e se reuniam para contar suas aventuras... coisas de crianças.

Neném e Leizinho, sobrinhos do tal do Zezé Damasceno, foram os primeiros que Haroldo revelou sua nova façanha. Logo chegaram aos ouvidos do Gentil da Dona Lauda, também do Chico do Rufino e até mesmo do Waldomiro, irmão do Terinho que gostou tanto da criatividade que saiu correndo pela rua afora espalhando a notícia para todos seus amigos. Waldomiro era um menino tímido e por sinal bastante inteligente e criativo também.

Nesta época, início dos anos 60, o melhor jogador de futebol de todos os tempos de Sapucaia, o nosso craque João Roberto deixou de lado o futebol como também seu amigo, o João de Freitas largou sua viola de lado e foram juntos os dois para a casa do "PATROLA", irmão do Haroldo. Patrola era o apelido que Aldo tinha. Não me pergunte o porque deste apelido.

Lá então, todos juntos já estavam presente. Cada qual com suas energias e a grande vontade de viverem mais um dia de aventura junto com o Haroldo.

A curiosidade era ver aquela engenhoca feita pelas mãos do dito cujo, ou melhor, fabricado pelo Haroldo o qual pretendia trazer o maior volume de lenha que eles iriam pegar no mato.

"Força... força... estamos chegando!..." Era assim que o motorista Haroldo com toda sua alegria e satisfação gritava bem alto no morro acima para seus amigos. A galera sorria e divertia empurrando aquelas oito rodas que pesavam morro acima.

Incrível como coube tanta lenha na carroceria daquele FNM (feneme) feito de madeira roliça amarrado com arame e cipó.

Na descida foi a maior alegria e algazarra. Todos corriam atrás e queriam subir naquela geringonça. subitamente uma das rodas de trás do feneme se solta e a gambiarra do carro sai catando cavaco de um lado para outro e só lenha sendo espalhada na estrada no morro abaixo. Ainda bem que não houve nenhum ferido nesta aventura e sim muito divertimento que marcou nossa infância.

Como se dizem uns aí por este mundão afora: (Ah!... Como gostaria de viver este momento nos dias de hoje! Cada um com seu carrinho de rolimã e seu feixe de lenha para ser queimado no fogãozinho de lenha lá na casinha da vovó!...)

Manoel Ferreira Abrahão
Enviado por Manoel Ferreira Abrahão em 11/10/2017
Reeditado em 12/10/2017
Código do texto: T6139897
Classificação de conteúdo: seguro