O VALOR DA VIDA
Era uma vez uma família que tinha três filhos e três filhas. Eram seis. Os pais dessas crianças não tinham condições de morar na cidade, mas queriam colocar os filhos na escola.
Um certo dia, apareceu Dona Paula, uma senhora rica, que não tinha filhos e queria adotar uma criança, para dar-lhe educação e torná-la sua única herdeira. a criança escolhida foi a segunda na ordem de filiação.
Era uma menina chamada Mariana, de cor morena clara, cabelos pretos e cacheados; era bem gordinha. a senhora rica agradou-se da menina e disse que ficaria com ela.
Na época, Mariana tinha nove anos, mas não tinha ideia do que estava acontecendo. Ela percebeu que estava sendo dada àquela senhora.
A menina ficou morando com dona Paula por um ano, mas não se conformava em estar longe de seus pais e irmãos. Ela pensava que jamais voltaria a vê-los, com isso ficava desesperada e começava a chorar. Todos os dias era a mesma choradeira, porque ela não se acostumava com aquela família e com aquele casarão, que apesar de confortável, era muito triste e solitário.
A senhora que adotou Marina era muito boa. No entanto, tinha uma irmã que era uma megera, vivia dizendo que ela deveria devolver aquela menina chata e chorona aos pais dela. Com as reclamações, Mariana ficava mais triste, mas com uma esperança de que pudesse ser devolvida à sua família.
Mariana quando ia para a escola ficava com muito medo, pois era tudo tão estranho, tão diferente do interior, do seu mundo.
De fato, a menina não se acostumou com o luxo. Dona Paula foi obrigada a devolvê-la aos pais, que apesar de muito pobres ofereciam carinho aos filhos.
Mariana, mesmo enfrentando muitas barreiras conseguiu estudar, sempre muito interessada. Ganhava só notas boas; era a melhor aluna da turma, pois tinha ciência da importância do saber e de formar-se numa profissão. Apesar da oportunidade que teve de estudar nas melhores escolas, ela reconhecia que era possível aprender na escola pública.
Mariana nunca se arrependeu de não ter se tornado herdeira da senhora rica, porque para ela o mais importante na vida é saber enfrentar as dificuldades, conquistando as coisas de seu próprio esforço, sem jamais esquecer que Deus é a força que não deixa ninguém fracassar.
Conto publicado em 1998 no livro Infância em Contos.