Tempos de criança
Guardo tantas lembranças, do meu tempo de criança.
Bola de gude, soltar pipa, pique esconde, também o antigo bonde, e o trem na estação.
Rodar tambor pela ladeira, bater pneu com a mão, cabana no meio do mato, tudo acabava em brincadeira.
Minha vó com seus longos cabelos brancos, sempre atarefada, mas também era muito rígida quando ficava zangada.
Como eram mágicos aqueles dias, o circo quando chegava, era alegria da criançada.
O desfile a céu aberto com artistas pela rua, elefante e macaco assanhando a molecada, o palhaço la no alto com sua perna alongada,
anunciando no mega fone a matine tão esperada.
Quando chegava o mês de junho, as varias festas juninas, bandeirinhas coloridas, doces variados, e o céu todo estrelado, forradinho de balão.
Sem contar a semana santa com enorme procissão, o chão todo enfeitado atraia a multidão, a minha avó ia agarrado, no suor da sua mão.
Como era legal a nossa vizinhança, meus amigos do tempo de criança, primos, tios, toda família reunida.
Sr. Homero e sua lambreta, com sua bota carrapeta, carregava toda família pro almoço de domingo.
O velho sujo carvoeiro, e o seu triste burro cinza, trazendo combustível aos antigos fogões de cozinha.
Minha primeira professora, o despertar por aquela menina.
Tive uma infância alegre e muito feliz, mas as noites se encerravam as vinte e duas.
Toque de recolher, anos de chumbo, tempos de ditadura.
Pier - 27/05/17 02:20hs